Ex-enfermeira na China pede por compensação do estado por condenação errada

Fonte: Xinhua    03.06.2016 10h10

Kunming, 3 jun (Xinhua) -- Qian Renfeng, uma antiga enfermeira da Província de Yunnan, sudoeste da China, está buscando uma compensação do estado após ser erroneamente condenada por assassinato.

O advogado de Qian fez o pedido ao Superior Tribunal Popular Provincial na quarta-feira, pedindo até 9,55 milhões de yuans (US$ 1,45 milhão) por danos.

Qian tinha apenas 17 anos quando foi tirada da liberdade. A sentença foi desqualificada em dezembro do ano passado por falta de evidências suficientes.

Em fevereiro de 2002, em uma enfermaria onde Qian trabalhava, um bebê morreu por envenenamento alimentar e outras duas crianças foram hospitalizadas.

Qian, que havia preparado a comida das crianças naquele dia, foi forçada a confessar que havia colocado veneno de rato na comida. Foi com base nesta confissão forçada que ela foi condenada por assassinato.

"Os interrogadores me fizeram ajoelhar por horas, com as mãos algemadas nas costas", disse ela, após ser libertada da prisão. "Em um estado de fúria, dor extrema e exaustão, eu disse que era culpada".

Ela disse ter preenchido sua confissão com contradições na esperança que os investigadores pudessem revelar estas mentiras e declará-la inocente, mas eles não o fizeram. Ela apenas escapou da pena capital porque ainda não havia completado 18 anos. Na China, a pena de morte não se aplica a menores.

O advogado de Qian, Yang Zhu, explicitou assim seu pedido de compensação: 5,8 milhões de yuans pela condenação errada, 2 milhões pelo dano psicológico e 1,6 milhão pelos custos legais.

Graduada apenas ensino fundamental, ela tinha grandes dificuldades de escrita. Mesmo assim, enquanto estava na prisão, ela chegou a enviar várias petições.

Em abril de 2010 sua sorte mudou. Um grupo de advogados visitou a Prisão para Mulheres nº 2 da Província de Yunnan, onde Qian estava, oferecendo conselhos legais grátis a prisioneiros.

"A visita deles foi como uma luz de esperança na escuridão. Foi aí que compartilhei a minha história com o advogado Yang Zhu", ela contou.

(Editor:Juliano Ma,editor)

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