Beijing, 21 abr (Xinhua) -- A China está extremamente insatisfeita com o comentário de um alto funcionário britânico sobre o Mar do Sul da China, indicou na quarta-feira a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying.

Hugo Swire, ministro britânico para secretaria estrangeira, disse na segunda-feira que as crescentes tensões no Mar do Sul da China são impulsionadas pelas ações enérgicas da China.

Swire acrescentou que o Reino Unido apoiará os Estados Unidos e uma futura sentença de um tribunal internacional sobre uma reclamação apresentada pelas Filipinas, dizendo que qualquer sentença "deve ser compulsória para as duas partes".

"O comentário do Sr. Swire negligenciou os fatos e é totalmente parcial. Rompeu com o compromisso do Reino Unido sobre não tomar parte em assuntos que envolvam disputas territoriais. A China está extremamente insatisfeita com isso", disse Hua em uma coletiva de imprensa rotineira.

Hua disse que os Estados Unidos e as Filipinas colaboraram para criar uma sensação de tensão marítima, enquanto o que as pessoas vêem é que "a cada ano, mais de 100 navios atravessam de forma segura a região".

A única diferença é a aparição com mais frequência de navios e aviões militares dos Estados Unidos na região. O embaixador dos Estados Unidos nas Filipinas disse recentemente que Washington dará a Manila um equipamento militar e um dirigível de observação no valor de US$ 42 milhões, indicou Hua.

No início de 2013, Manila apresentou de forma unilateral um caso de arbitragem por disputas marítimas contra a China diante de um tribunal internacional em Haia conforme à Convenção da Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM).

"Sem dúvida, o intento das Filipinas para negar a soberania da China sobre as ilhas Nansha é resultado de uma instigação nos bastidores e de uma manipulação política", acrescentou Hua, descrevendo a ação das Filipinas como "um abuso do direito internacional".

As disputas no Mar do Sul da China entre as Filipinas e a China são em relação a demarcação marítima e territorial. A China declarou em 2006 que a arbitragem e outros procedimentos compulsórios de resolução de disputas não se aplicam em assuntos como a demarcação marítima, como o indica o artigo 298 da CNUDM.