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Um grupo de 77 chineses, incluindo 45 residentes de Taiwan, foram repatriados a partir de África e estão a ser investigados por suspeita de fraude no setor das telecomunicações, segundo informações avançadas pelo Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, na quarta-feira.
An Fengshan, o porta-voz do gabinete, disse numa conferência de imprensa de rotina que, em anos recentes, criminosos a atuar neste ramo provenientes de Taiwan obtiveram mais de 10 biliões de yuans anualmente provenientes da China continental. Apenas 200,000 yuans foram recuperados, anunciou.
Na quarta-feira, a polícia queniana transferiu os 67 suspeitos para as autoridades chinesas. Estes chegaram em vários aviões com destino a Beijing e às províncias de Jiangsu, Hunan e Sichuan.
Os restantes 10 suspeitos, incluindo 8 de Taiwan, foram repatriados para a China continental no sábado para serem julgados.
O caso data de novembro de 2014, quando a polícia queniana descobriu as ferramentas usadas pelos criminosos, incluindo mecanismos de alteração de dados informáticos, numa casa na capital do país, Nairobi. Após uma investigação mais aprofundada, a polícia queniana desvendou uma organização criminosa a operar para lá da fronteira do país. Detiveram, por fim, 48 suspeitos da China continental e 28 de Taiwan.
De acordo com o ministério, o gangue estabeleceu vários centros de operação em Nairobi e recrutou telefonistas para atuarem como agentes da autoridade da China continental, burlando assim cidadãos chineses em 9 regiões, incluindo Beijing, Jiangsu e Sichuan.
“As vítimas, incluindo idosos, trabalhadores migrantes, desempregados e estudantes, foram burladas em grandes quantidades de dinheiro pelos impostores. Muitas famílias e empresas faliram. Algumas das vítimas cometeram suicídio”, afirmou o porta-voz.
“O nosso departamento judicial irá investigar os suspeitos de Taiwan de acordo com a lei, e os seus interesses legais serão protegidos”, disse An.
De acordo com o ministério, os agentes da polícia irão manter as autoridades Taiwanesas atualizadas relativamente aos desenvolvimentos, após investigações aprofundadas. Mais se acrescenta que as autoridades judiciais de Taiwan serão convidadas pela China continental para discutir táticas de combate a esquemas de fraude ao longo dos dois estreitos.
Desde que um acordo foi firmado entre ambas as partes em 2009 para o combate conjunto ao crime e para assistência legal mútua, várias medidas foram tomadas para neutralizar fraudes no setor das telecomunicações envolvendo residentes de Taiwan, disse o ministério.
Ambas as partes lançaram 47 operações de reforço e aplicação das leis no sudeste asiático e destruíram mais de 500 bases de operação, assim como desmantelaram 10,000 casos de fraudes deste tipo. Mais de 7,700 suspeitos envolvidos neste tipo de crime, dos quais 4,600 são de Taiwan, foram detidos. Quando estes indivíduos foram responsabilizados pelas autoridades da ilha, porém, muitos não foram punidos, sendo que o dinheiro que teriam obtido através das suas atividades criminosas não fora devolvido aos lesados da China continental, acrescentou.
Zhang Zhijun, diretor do Gabinete para os Assuntos de Taiwan, estabeleceu contacto com Andrew Hsia, o seu homólogo, responsável pelo Gabinete para os Assuntos da China Continental, na terça-feira à tarde, onde foi discutida a repatriação e investigação dos suspeitos de Taiwan.
Zhang reiterou que a fraude em questão foi alegadamente conduzida por residentes de Taiwan, envolvendo residentes da China continental ocorreu, apesar das sucessivas proibições. Os criminosos, segundo ele, devem por isso ser punidos para defender os interesses dos lesados.
Edição: Mauro Marques
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