Reforma no lado da oferta deve ser equilibrada com estímulo, diz economista

Fonte: Xinhua    07.04.2016 10h41

Beijing, 7 abr (Xinhua) -- Enquanto a teoria do lado da oferta está dominando as políticas econômicas da China, um economista veterano argumentou que o investimento em infraestrutura e outras medidas no lado de demanda ainda são necessários para conter a desaceleração.

Os elaboradores de políticas devem coordenar políticas para impulsionar a reforma, em vez de contar com apenas um lado, disse Yu Yongding, da Academia Chinesa de Ciências Sociais, em um artigo publicado na quarta-feira no China Securities Journal.

"A China não tem de escolher entre o estímulo keynesiano e a reforma no lado da oferta, ao contrário, enfrenta o desafio de equilibrar os dois", disse Yu, ex-membro do Comitê da Política Monetária do banco central e presidente da Sociedade Chinesa de Economia Mundial.

A reforma estrutural no lado de oferta foi proposta numa conferência econômica decisiva em novembro como solução para os problemas econômicos da China, visto que o apoio no lado da demanda, geralmente conhecido como estímulo, foi considerado menos efetivo.

"Enquanto um crescimento mais lento é inevitável devido ao ajuste, existe um limite sobre quanto uma baixa taxa de crescimento pode ser aceita pelo país", disse ele.

Esse limite pode não ser muito baixo, segundo o economista. A economia chinesa expandiu 6,9% em termos anuais em 2015, a leitura mais fraca em 25 anos.

"A fim de evitar um hard landing (desaceleração aguda da economia), que faria com que o ajuste estrutural se torne extremamente difícil, é preciso outro pacote de estímulo através do investimento em infraestrutura, que aumentaria a demanda agregada", segundo Yu. "Dado que a posição fiscal da China permanece relativamente forte, tal política é completamente viável".

Yu disse que o novo pacote de estímulo deve ser projetado e implementado com muito mais cuidado que o pacote anterior de 4 trilhões de yuans (US$ 620 bilhões) em 2008.

"Com investimentos certos, a China pode melhorar sua estrutura econômica, enquanto ajuda a eliminar o excesso de capacidade de produção", segundo Yu.

Ele aconselhou ao governo que use títulos para financiar projetos, em vez de com créditos bancários, para prevenir borbulhas em ativos. O banco central deve ajustar a política monetária para reduzir os rendimentos dos títulos do governo e remover a regulamentação à taxa de câmbio do renminbi, a moeda chinesa.

(Editor:Juliano Ma,Renato Lu)

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