Beijing anuncia restrições de comércio com Pyongyang

Fonte: Diário do Povo Online    06.04.2016 09h22

A capital chinesa baniu na terça-feira as importações de ferro provenientes de Pyongyang, assim como cessou a exportação de combustíveis de aviação e outros derivados de petróleo utilizados na produção de combustíveis usados na tecnologia de foguetes.

O Ministério do Comércio publicou a lista no seu website, dizendo que também iria cancelar as importações de ouro e terras raras da RPDC, em conformidade com as novas sanções da ONU.

A maioria das exportações da RPDC para a China são minerais, sendo que estas perfazem 90% do total do volume de exportações do país, de acordo com Liu Chao, um investigador da Academia de Ciências Sociais de Liaoning.

Porém, a China manterá o abastecimento de carvão utilizado para “o bem-estar da população” e não para utilização em armamento nuclear.

As sanções na exportação de combustíveis de aviação e foguetes, limita-se ao necessário para “suprir necessidades humanitárias básicas”, incluindo aviões de passageiros que voam para lá do território da RPDC.

Outros minerais alvos de restrições incluem o vanádio e o titânio, ambos usados em ligas de aço.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou com unanimidade uma resolução no início de março para expandir as sanções da ONU, após o teste nuclear da RPDC de 6 de janeiro, e do subsequente lançamento de um foguete.

O comunicado de embargo da China, que veicula as sanções mais rígidas de qualquer país da comunidade internacional à RPDC, demonstra que Beijing honra estritamente a resolução do Conselho de Segurança da ONU, disse Shi Yongming, um investigador do Instituto de Estudos Internacionais da China.

Contudo, a comunidade internacional deverá procurar uma forma de conseguir uma resolução pacífica com a questão nuclear da península coreana, disse Shi. Segundo ele, este objetivo deve ser conseguido através do diálogo político.

“As sanções deverão urgir a RPDC a voltar à mesa de negociações. As sanções não podem ser tomadas como um propósito”, disse, acrescentando que sem diálogo político as sanções estão “destinadas ao fracasso”.

Wang Junsheng, um investigador do Instituto Nacional de Estratégia Internacional da Academia Chinesa de Ciências Sociais, disse não ser a primeira vez que a China aplica este tipo de sanções à RPDC.

Em 2013, vários departamentos governamentais, incluindo o Ministério do Comércio e o Ministério do Transporte, emitiram vários documentos com vista a aplicar várias resoluções da ONU em resposta a um teste nuclear da RPDC de fevereiro do ano passado.

Wang disse que a lista de embargos deste ano, na qual algumas exceções estão incluídas, demonstra que a China se encontra a implementar a resolução 2270 do Conselho de Segurança da ONU, considerando simultaneamente as necessidades básicas humanitárias da RPDC. 

(Editor:Renato Lu,editor)

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