Por: Renato Lu

Laya Maheshwari, presidente do simpósio (Foto: Yenching Academy)

A Yenching Academy, criada pela Universidade de Pequim em maio de 2014 com o objetivo de promover o intercâmbio transcultural, realizou nesta quinta-feira (24) em Pequim a primeira edição do “Yenching Global Simposium”.

O simpósio atraiu a participação de 192 jovens intelectuais e acadêmicos vindos de 47 países e regiões, incluindo 96 estudantes da Yenching Academy e 96 delegados estrangeiros selecionados entre 1.800 candidatos.

Durante o simpósio de dois dias, especialistas, empresários, políticos e outras personalidades distintas de todo o mundo irão discutir tópicos relacionados a política, economia, história, cultura e outros temas de relevância sob o tema “China depara-se com o mundo, o mundo vem à China”.

O “Yenching Global Simposium” é considerado uma plataforma para o intercâmbio entre diferentes países e regiões. Na cerimônia de abertura, a diretora da academia, Yuan Ming, disse que o simpósio foi uma iniciativa e inteiramente organizado por estudantes, o que comprova o compromisso da Yenching Academy de formar jovens intelectuais com capacidade de conectar a China com o mundo.

Hander Costa Leal, mestrando em ciência política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), no Brasil, estudou mandarim por um ano na Universidade de Comunicação da China e “voltou” a Beijing especialmente para participar do simpósio. Para ele, o evento fornece uma oportunidade para estudantes do mundo inteiro virem a Beijing.

“Uma coisa é tu ver a notícia do outro lado do mundo, ela passa por vários filtros antes de chegar nas pessoas e isso acontece não só na mídia, na grande mídia, mas também na pesquisa acadêmica, porque as pessoas vão filtrando as informações e disseminam aquilo que é do seu interesse. Então, tu vir aqui e observar tudo em primeira pessoa e ter essa oportunidade de aprender com os chineses e também com os estrangeiros que vêm aqui aprender é uma oportunidade ímpar. Eu acho que esse é o grande êxito do simpósio, o grande mérito, ” disse Hander.

Na cerimônia de abertura, o vice-reitor da Universidade de Pequim, Li Yansong, disse que a Yenching Academy e a Universidade de Pequim têm a grande missão de atrair os melhores estudantes do mundo e trazer os futuros líderes para o país para aprenderem e conhecerem sobre a China atual. “Sabemos que só com o compartilhamento do conhecimento e das informações, os jovens de diferentes nações podem contribuir para a construção de um mundo pacífico e inclusivo. ”

Em entrevista exclusiva ao Diário do Povo Online, o professor Guillermo Pulido, diretor do Centro de Estudos China-México da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), sublinhou a importância do simpósio para que o mundo conheça melhor a China.

“Os alunos vêm de diferentes países, então é uma oportunidade extraordinária para eles conhecerem através dos seus estudos na China a situação sobre a economia, cultura, politica, língua, meio ambiente...sobre a política atual, como a situação está mudando em vários campos de acordo com a nova normalidade e quais são os temas atuais. Eu creio que é muito importante porque vai fazer desses jovens embaixadores da cultura chinesa. ”

O “Yenching Global Simposium” também contou com a presença do ex-vice-ministro das Relações Exteriores da China, He Yafei, o embaixador do chile em Beijing, Jorge Heine e o ex-primeiro-ministro da Austrália, Kevin Rudd.

Segundo um comunicado publicado pela Universidade de Pequim, os estudantes em ciências sociais da Yenching Academy podem realizar pesquisas interdisciplinares sobre a China. Os primeiros 96 estudantes, vindos das 55 universidades de 32 países e regiões, foram admitidos em setembro do ano passado.

Revisão: Rafael Lima