Autoridades de saúde: “A maioria das vacinas comprometidas na recente crise foram usadas”

Fonte: Diário do Povo Online    25.03.2016 09h18

 Vacinas são adequadamente refrigeradas num centro de saúde comunitário no distrito de Xiacheng, em Hangzhou

A maioria das vacinas envolvidas na recente venda ilegal foram usadas, sendo que as falhas no sistema de supervisão da distribuição são apontadas como o principal motivo do recente escândalo, referiram alguns oficiais numa conferência de imprensa de quinta-feira.

A polícia de Shandong anunciou recentemente ter detido uma mulher e a sua filha, alegadamente envolvidas na venda ilegal de vacinas em mau estado de conservação, ou fora do prazo, no valor de mais de 570 milhões de yuans em 11 províncias desde 2011.

Foram encontradas cerca de 20,000 doses destas vacinas até agora, sendo que se encontram em curso investigações no sentido de localizar as restantes, disse Hua Jingfeng, vice-diretor do Departamento de Gestão de Segurança Pública.

Oficiais das autoridades de topo da segurança no sistema de saúde também participaram na conferência de imprensa.

Mais de 130 suspeitos envolvidos no caso foram detidos, disse Hua. Cerca de 30 empresas de distribuição de medicamentos foram suspensas devido à comercialização e venda de vacinas em estado impróprio a 16 centros de vacinação.

De acordo com a polícia de Shandong, as duas mulheres envolvidas terão comprado 25 tipos de vacinas a mais de 100 vendedores da indústria farmacêutica, licenciados e sem licença, e vendeu-os a agentes ilegais ou mesmo a centros de prevenção e contenção de doenças a preços mais elevados.

Todas as vacinas envolvidas são de categoria 2, ou seja, pertencem ao tipo de vacinas que são providenciadas de acordo com um pedido feito pelo utente, e estão sujeitas a um pagamento.

Yu Jingjin, responsável pela Repartição de Prevenção e Controlo de Doenças da Comissão Nacional de Saúde e Planeamento Familiar, disse que algumas clínicas de vacinação poderão ter feito a compra das vacinas a distribuidores sem licença, de forma intencional, para aumentarem os seus lucros.

Até ao momento, não tem havido um aumento no número de casos de utentes que tenham experienciado mais efeitos secundários devido às vacinas, disse Yu, referindo a existência de uma rede preparada a nível nacional para socorrer pessoas que sejam afetadas por este problema.

As vacinas fora do prazo podem não ser suficientes para proteger as pessoas contra as infeções, mas “há um risco muito reduzido de causarem uma reação tóxica”, disseram as autoridades da Organização Mundial de Saúde na China num comunicado emitido na terça-feira.

“Os suspeitos tiraram vantagem desta situação e venderam as vacinas principalmente a clínicas em regiões rurais”, finalizou Li.

(Editor:Renato Lu,editor)

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