Beijing, 10 mar (Xinhua) - A companhia chinesa que administrará o Porto Darwin, na Austrália, respeitará as regras do mercado, normas internacionais e leis domésticas para trazer benefícios para ambos os países, disse quarta-feira em Beijing um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês.
O porta-voz Hong Lei fez as observações ao comentar os resultados de uma pesquisa de opinião pública segundo a qual quase 90% dos australianos acreditam que a companhia chinesa representará pelo menos "algum risco" para o país oceânico.
A pesquisa que o Departamento de Estado dos Estados Unidos fez com participantes sob anonimato revelou que 43% sentem "muito risco" em arrendar o Porto Darwin ao grupo chinês Landbridge, enquanto 46% disseram existir "algum risco". Onze por cento julgaram que o negócio não trará "nenhum risco" para a Austrália.
Hong disse que a cooperação econômica sino-australiana mostra que o desenvolvimento chinês traz oportunidades importantes para a Austrália e que Beijing está disposta a ter cooperação mais mutuamente benéfica com o país da Oceania, com o fim de alcançar o desenvolvimento comum.
A operação das empresas chinesas na Austrália vem sendo recebida bem pelo país e seu povo, disse Hong, desejando que todas as esferas sociais australianas tenham uma visão objetiva sobre a cooperação comercial bilateral.
O Porto Darwin foi alugado para o Grupo Landbridge por 99 anos em um acordo avaliado em até US$ 376 milhões.
Hong disse que ele também tomou nota dos comentários que o primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, fez sobre o assunto.
Turnbull disse quarta-feira à imprensa que o governo não levaria a sério uma "pesquisa via mensagem de celular" e que governo dele e dos EUA avaliaram "apropriadamente" todos as consequências da venda do Porto Darwin à empresa chinesa.
O premiê discutiu a venda ao se reunir com o presidente dos EUA, Barack Obama, nas Filipinas no ano passado.
"Os assuntos de segurança relativos à venda do porto foram investigados completamente pelas agências de segurança pertinentes em termos do interesse nacional da Austrália", declarou Turnbull.