Diplomacia chinesa: análise ao caso da China e à mobilidade internacional de pessoas na “era do turismo de massas”

Fonte: Diário do Povo Online    10.03.2016 11h28

Por Ji Peijuan

Nos últimos anos, cada vez mais cidadãos e empresas chinesas se dirigem ao estrangeiro. No ano de 2015, o número de residentes nacionais que atravessaram as fronteiras em direção ao estrangeiro quebrou a barreira dos 120 milhões de pessoas, mantendo a tendência de um aumento anual acima dos 10 milhões. Os seus destinos também foram os mais variados, abrangendo mais de 150 países diferentes. O número de funcionários de empresas chinesas a trabalhar no exterior atingiu 1,02 milhão, de estudantes 1,7 milhão. Foram também estabelecidas cerca de 30,000 empresas espalhadas por 200 países e regiões.

No dia 8 de março, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, durante a 4ª sessão da 12ª Assembleia Popular Nacional (APN), afirmou na conferência de imprensa que no ano de 2015, a China, juntamente com outros 18 países, firmou acordos no sentido de facilitar a mobilidade de cidadãos.

Atualmente, 54 países conferem isenção de visto ou a possibilidade de conseguir o visto no país de destino aos detentores de passaporte chinês.

A China encontra-se num período de transição para a era do turismo de massas e, para o crescente número de chineses que almeja viajar para o exterior, as palavras do ministro Wang Yi são sem dúvida boas novas.

De acordo com o conhecimento geral, a Tailândia, o Egito, entre outros 35 países e regiões, autorizam unilateralmente os cidadãos chineses a obterem o visto após a chegada ao país. A Indonésia e outros 12 países oferecem unilateralmente a isenção de visto aos portadores de passaporte chinês.

No ano de 2015, o Ministério dos Negócios Estrangeiros continuou a trabalhar no sentido de aprimorar a situação de intercâmbio de pessoas entre a China e a comunidade internacional.

A China veio a conseguir, juntamente com o Canadá, Reino Unido, Argentina, Irlanda, entre outros 18 países, vários acordos e planos no sentido de favorecer o intercâmbio de pessoas. Entre estes acordos, aquele que a China firmou com o Canadá - vigente por 10 anos – confere a empresários, turistas e pessoas que visitem familiares, vistos de entrada múltipla.

Um acordo semelhante foi selado com o Reino Unido, válido por 2 anos. 

Em novembro de 2014, aquando da visita do presidente americano Obama à China, as autoridades de ambos os países chegaram a um acordo, vigente por 10 anos, para permitir o visto de entrada múltipla a empresários e turistas de ambos os países.

Em fevereiro de 2016, a Ministra dos Negócios Estrangeiros australiana, Julie Bishop, durante uma visita à China, afirmou que o governo australiano já teria começado a preparar um acordo com moldes semelhantes aos referidos acima para entrar em vigor ainda este ano.

No dia 29 de fevereiro deste ano, a China e a União Europeia assinaram pela primeira vez em Bruxelas um acordo de facilitação de mobilidade de pessoas. Três dias depois da sua entrada em vigor, os centros de emissões de vistos da UE espalhados por 15 cidades chinesas começaram a operar para facilitar os procedimentos de obtenção de visto.

Mais se acrescenta que, durante o ano de 2015, a China, em conjunto com outros 13 países, lacrou acordos para o estabelecimento ou expansão da presença de instituições consulares. O Ministério dos Negócios Estrangeiros tem por finalidade a expansão da presença dos serviços consulares da China no mundo, visando a facilitação da mobilidade de pessoas, a internacionalização do tecido empresarial do país e oferecer atempadamente serviços, apoio e proteção consular aos cidadãos e empresas chinesas que se desloquem ao estrangeiro.

Recentemente, a consultora britânica Henley&Partners, juntamente com a Associação Internacional de Transportes Aéreos, emitiu o ranking de 2016 dos países que gozam da isenção de visto. A China, posicionada em 93º em 2015, saltou 6 posições para 87º em 2016.

Edição: Mauro Marques 

(Editor:Renato Lu,editor)

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