Comissão europeia discute a atribuição de estatuto de economia de mercado à China

Fonte: Diário do Povo Online    01.02.2016 10h41

“Não há necessidade de haver demasiada preocupação com a competição chinesa” – assim refere o jornal austríaco “Economic Daily” a 31 de janeiro. A Comissão Europeia anunciou na passada sexta-feira um documento onde admite que os receios propagados pelos críticos de um aumento do desemprego como consequência do estatuto de economia de mercado da China são largamente infundados.

O artigo frisa que a UE poderá satisfazer o desejo de Beijing, conferindo, por fim, à China o estatuto de economia de mercado.

Isto significa que, dentro da UE poderá ocorrer a perda de 63,6 mil a 211 mil empregos. Contudo, o artigo refere também que, se forem tomadas medidas adicionais, este número poderá passar a metade.

Uma pesquisa revela que, uma vez que a UE reconheça a China como economia de mercado, o mercado laboral europeu deverá ter cerca de 1,7 a 3,5 milhões de postos de trabalho ameaçados entre os próximos 3 a 5 anos.

As áreas mais afetadas por esta alteração seriam a metalúrgica, têxtil, automobilística e de tecnologias de proteção ambiental. Nestes campos, a forte capacidade de produção das empresas chinesas é acompanhada de estratégias de internacionalização e de dumping, devido à incapacidade destes mercados de competirem com os preços chineses.

Justamente há uma semana atrás, o comissário para a competitividade da UE, Weiss Tag disse que, mesmo que a China consiga o reconhecimento do seu estatuto enquanto economia de mercado, a UE pode sempre impor tarifas punitivas às empresas chinesas.

O jornal alemão “Deutsche Wirtschafts Nachrichten” acredita que o documento emitido pela Comissão Europeia tem como objetivo dar alguma segurança aos mais céticos. O reconhecimento da China como economia de mercado tornará algumas indústrias mais expostas, mas várias outras poderão colher oportunidades. O mercado chinês é considerado um mercado de futuro.

“Esta é uma questão de tempo”, afirma o “Der Spiegel”. De momento, Bruxelas, Berlim, Londres e outros países apoiam a concessão do estatuto de economia de mercado à China. A Comissão Europeia estima que, na melhor das hipóteses, em julho deste ano esta mudança possa ocorrer.

Edição: Mauro Marques 

(Editor:Renato Lu,editor)

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