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Acordo da Conferência do Clima em Paris deve ser justo

Fonte: Diário do Povo Online    24.11.2015 15h49

PEQUIM, 24 de novembro (Diário do Povo Online) – A 21ª Conferência do Clima será realizada entre os dias 30 de novembro e 11 de dezembro de 2015 no Centro de Exposições Le Bourget, no norte de Paris. Apesar dos recentes ataques terroristas ocorridos em Paris, o número de dignitários estrangeiros que estão se preparando para participar da conferência aumentou em vez de diminuir. Cerca de 140 chefes de Estado e de Governo foram convidados para participar da conferência.

Com a aproximação da abertura da conferência, o acordo global sobre o clima que está previsto para ser assinado no final deste ano está se tornando cada vez mais claro. Na última rodada de negociações formais antes da conferência, realizada em outubro, as partes chegaram a um consenso sobre o projeto do acordo, mas algumas questões-chave ainda precisam ser resolvidas durante a conferência de Paris.

Participação de representantes de 195 países

A Presidência francesa revelou no dia 20 que até aquela data, 138 chefes de Estado e de Governo tinham aceito o convite para participar da Conferência do Clima em Paris. A Presidência informou também que após os ataques terroristas ocorridos em 13 de novembro em Paris, nenhum líder cancelou a sua participação na conferência.

Espera-se que delegados de 195 países e da União Europeia estejam presentes na conferência e que o número de membros das delegações chegue a 10 mil. Além disso, cerca de 2 mil organizações não-governamentais também deverão participar da conferência, cujo número de representantes pode atingir 14 mil. Da mesma forma, o número de correspondentes credenciados na Conferência já ultrapassou 3 mil. Segundo previsões, durante a conferência, o tráfego de ônibus e metrô em Paris vai aumentar em 70 mil passageiros por dia.

"Impressionante" a ação da China no combate as mudanças climáticas

A secretária executiva da "Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas", Christiana Figueres, disse no dia 18 que as medidas tomadas pela China para enfrentar as mudanças climáticas são impressionantes e que podem servir de modelo.

Na conferência de imprensa realizada em Bonn, Alemanha, Figueres mencionou a China quando respondeu à pergunta "qual país pode ser chamado de modelo nas ações tomadas para enfrentar as mudanças climáticas?".

Ela disse que, como um país ainda em fase de desenvolvimento, a China adotou ações "muito impressionantes" para enfrentar as mudanças climáticas. A China definiu, no documento "contribuição autônoma nacional da China", apresentado formalmente às Nações Unidas, a taxa de redução das emissões de gases com efeitos de estufa até 2030 e incluiu no seu 13o Plano Quinquenal ações para enfrentar as mudanças climáticas. Tudo isso demonstra que a China leva muito a sério o combate as mudanças climáticas.

Países desenvolvidos são passivos

Após uma semana de negociações, os países chegaram, no dia 23 de outubro, a um consenso sobre o projeto do acordo sobre o clima de Paris. O projeto tem um total de 26 artigos principais, incluindo diminuição, adaptação, perdas e danos, finanças, desenvolvimento e transferência de tecnologia, capacitação, transparência etc.

Atualmente, a maior diferença entre países desenvolvidos e em desenvolvimento está na divisão das responsabilidades. Em relação a diminuição das emissões, os países desenvolvidos gostariam que alguns países em desenvolvimento diminuissem as emissões na mesma quantidade da deles. Em termos de apoio financeiro, os países desenvolvidos tendem a diluir o seu apoio e esperam que os países em desenvolvimento também assumam as obrigações relacionadas a esse apoio. O presidente das negociações, Ahmad Djoghlaf, disse que as negociações de Bonn lançaram as bases para a Conferência do Clima em Paris. Prevê-se ao mesmo tempo que todos os problemas difíceis só serão resolvidos na reunião ministerial da Conferência em Paris.

Analistas apontam que o motivo de não haver maiores avanços nas negociações sobre o clima é precisamente a insistência dos países desenvolvidos nas reivindicações injustas e irresponsáveis.

Diante da fuga das responsabilidades legais dos países desenvolvidos em fornecer apoio financeiro aos países em desenvolvimento, o enviado especial chinês para os assuntos relacionados as mudanças climáticas, Xie Zhenhua, expressou no dia 9 de novembro o desejo de que a próxima Conferência do Clima em Paris possa chegar a um acordo vigoroso, ambicioso e jurídicamente vinculativo.

Revisão: Rafael Lima

(Editor:Renato Lu,editor)

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