Paciente se prepara para colocar prótese de silicone num hospital de Hefei, Província de Anhui. [Foto/China Daily]
PEQUIM, 24 de novembro (Diário do Povo Online) - A indústria da cirurgia plástica na China deverá chegar a um faturamento de 400 bilhões de yuans (US$62,6 bilhões) até o final deste ano. Além do mais, se espera que esse número deva dobrar para 800 bilhões de yuans até 2019.
De acordo com o último relatório de tendências dessa indústria, se o crescimento continuar como esperado, a China vai se tornar o terceiro maior mercado de cirurgia plástica do mundo até 2019, atrás apenas dos Estados Unidos e do Brasil.
Um relatório publicado ontem (23) pela Associação de Plástica e Estética da China (CAPA em inglês), revelou que mais de sete milhões de chineses, mulheres em sua maioria, fizeram cirurgias plásticas no ano passado. Cerca de 60 mil delas escolheram para ir à Coreia do Sul para realizar os procedimentos.
Segundo o relatório, houve um crescimento de 10% no número de estrangeiros que vieram à China para fazer cirurgias plásticas, embora um grande número de chineses também viajasse ao exterior pelo mesmo motivo, sobretudo para a Coreia do Sul.
“Procedimentos estéticos aumentaram incrivelmente na China pois um crescente número de mulheres se submeteram a cirurgias plásticas para ganhar fama”, disse Chen Yuzhe, membro da CAPA.
“Com mais investimento e conscientização, haverá mais espaço para essa indústria a crescer aqui, ” disse Chen.
Na última década, a indústria da cirurgia plástica cresceu a uma taxa média anual de 30% na China, disse o relatório. Os procedimentos mais populares são feitos nos olhos e nariz, tais como cirurgia da pálpebra e aumento da ponte nasal, além da cirurgia de aumento da mama e lipoaspiração.
A cirurgia plástica para aumentar a mama é o mais popular mundialmente, mas não na China.
Os Estados Unidos registram 300 mil cirurgias de aumento de mama por ano enquanto na China, apenas entre 50 a 100 mil cirurgias desse tipo são realizadas todos os anos, afirmou Du Xiaoyan, vice-secretária-geral da Associação.
“As mulheres chinesas são mais relutantes do que as ocidentais para fazerem implantes de próteses de silicone”, disse Du.
Chen apontou que o número da China pode ser subestimado pois “algumas vão à clínicas não credenciadas e que por isso não são incluídas nos dados estatísticos”.
De acordo com o relatório, a China tem mais de 10 mil clínicas de cirurgia plástica que crescem a uma taxa de 30% ao ano.
No entanto, por causa da falta de regulamentação e controles rígidos, médicos não qualificados também fazem esse tipo de cirurgia, causando disputas médicas e trazendo riscos para a saúde das pacientes, afirmou Du.
Ela também advertiu os " aficionados por beleza" que vão para Coreia do Sul para fazer cirurgias plásticas, uma vez que menos de 3 dos mais de 10 mil médicos do país vizinho tem autorização para fazer cirurgias plásticas.
Para ajudar a reforçar a segurança e controle de qualidade, a CAPA planeja lançar uma plataforma de dados para coletar e avaliar dados das várias instituições e registrar as cirurgias realizadas no país, acrescentou Du.
Edição: Chen Ying
Revisão: Rafael Lima