NOVA IORQUE, 29 de setembro (Diário do Povo Online) - Aníbal Cavaco Silva, presidente da República Portuguesa, discursou na sede da ONU, na segunda-feira, onde chamou a atenção para vários assuntos de interesse global.
Com efeito, ao longo dos 45 parágrafos integrantes no discurso do presidente, este chama a atenção para a questão dos direitos humanos, com especial referência ao “flagelo” da violência doméstica e aos direitos da criança. “Chamo a atenção para o alarmante número de casos de violência doméstica, nas mais diversas sociedades e estratos sociais, casos que não podem continuar impunes.”.
O conflito na Síria, que tem obrigado à fuga de inúmeros refugiados, “um dos maiores fluxos desde a Segunda Guerra Mundial”, também não foi negligenciado nas palavras do presidente, tendo este prestado especial preocupação e solidariedade com a situação. “Numa linha coerente de tradição humanista, Portugal tem, desde a primeira hora, manifestado a devida solidariedade, já traduzida na disponibilidade para acolher alguns milhares de pessoas carecidas de proteção internacional”.
O chefe de estado português prosseguiu apelando ao congresso para continuar a implementar medidas de combate à ameaça do terrorismo, “sendo que este assume características cada vez mais bárbaras e preocupantes”.
Devido à relação histórica com vários países africanos, Cavaco Silva exaltou as relações de cooperação existentes entre Portugal e esses países, que comemoram agora 40 anos da sua independência, fazendo especial referência à ainda jovem democracia da Guiné Bissau e aos desafios que enfrenta.
Cavaco Silva aproveitou a ocasião para apelar à sensibilização da importância da língua portuguesa, “um veículo de comunicação global economicamente relevante, na qual se exprimem cerca de 250 milhões de pessoas, da Ásia à Europa, da África à América, na sua vida quotidiana, no comércio e nos negócios, na cultura e nas redes sociais”, tendo por isso feito votos para que esta seja reconhecida como idioma oficial da Organização das Nações Unidas.
O presidente ressalvou também o longo percurso que Portugal tem como integrante e membro ativo da instituição, tendo participado em várias iniciativas e estado presente nas ocasiões que assim o tenham justificado. Finalizou, por fim, reiterando a necessidade de união em tempos díficeis: “Num mundo globalizado e interdependente como aquele em que vivemos, apenas instituições multilaterais fortes poderão assegurar os valores fundamentais da Paz, dos Direitos Humanos, do Desenvolvimento Sustentável, da Democracia e o respeito pelo Direito Internacional.”
Tradução: Mauro Marques