PEQUIM,23 de setembro (Diário do Povo Online) - "A amizade entre a China e os EUA transcende o tempo e o espaço" foram as palavras usadas pelo presidente Xi numa entrevista por escrito concedida ao Wall Street Journal, publicada na terça-feira.
A entrevista enquadra-se nos preparativos para a receção do chefe de estado pelos EUA. Xi Jinping e a sua comitiva terão partido de Pequim durante a tarde de terça-feira para a aguardada visita de estado, a convite do presidente norte-americano.
Xi referiu que, há 30 anos atrás, em 1985, liderara uma comitiva até ao estado de Iowa, para aprender as técnicas agrícolas avançadas da época, acrescentando que aquela fora a sua primeira visita ao país. O presidente chinês afirmou também ter ficado impressionado com a tecnologia avançada que tivera oportunidade de estudar, assim como com a simpatia e cordialidade do povo americano.
Desde então, disse ter visitado várias vezes os EUA, e ter assumido o papel de anfitrião na China para vários dos seus amigos americanos.
“Tive a oportunidade de testemunhar a partir destas experiências pessoais, que o povo chinês e o povo americano valorizam muito o sentimento de amizade entre os dois povos”, afiançou.
Xi prosseguiu, relatando que a sua esposa, como embaixatriz da OMS para a tuberculose e HIV e enviada especial da UNESCO para o promoção da educação do sexo feminino, teve oportunidade de fazer amizade com vários americanos e várias pessoas pertencentes a organizações provenientes dos quatro cantos do mundo.
“Ela partilha da minha visão”, acrescentou o presidente.
Há cerca de 230 anos atrás, o navio mercador americano “Imperatriz da China” navegou nos mares do Império do Meio. Há cerca de 70 anos atrás, vários americanos lançaram-se aos mares e desafiaram a gravidade para prestar auxílio ao povo chinês, durante a luta heróica contra a agressão militarista japonesa, asseverou Xi.
Há 36 anos atrás, a China e os EUA estabeleceram relações diplomáticas, abrindo um novo capítulo nos anais do relacionamento amistoso entre os dois países, prosseguiu.
“Todos estes acontecimentos, provam que a relação de amizade que une os dois países, transcende o tempo e o espaço.”
Xi aproveitou para citar o famoso filósofo chinês Mêncio, “É apenas natural as coisas serem diferentes”. A falta de entendimento entre países é, de facto, um problema, mas isto faz parte da vida.
Xi Jinping refere que a existência de várias diferenças de teor étnico, histórico, cultural, religioso, de sistema social, nível de desenvolvimento e estilo de vida, podem provocar uma certa dificuldade em entender os outros.
“Isto aplica-se, com certeza, mas deve ressalvar-se que, tudo o que pode parecer incompreensível à primeira vista, pode ser aceite se estivermos preparados para aprender e fazer um esforço para perceber os outros - ao invés de manter uma atitude de repulsa e de intransigência.”
Um país ou nação deve valorizar e proteger a sua cultura e os seus valores, e, ao mesmo tempo, reconhecer e respeitar os outros, reforçou.
Enquanto se deve orgulhar dos seus feitos culturais, um país ou nação não deve cerrar as suas portas ao resto do mundo, muito menos promover uma postura egocêntrica de auto-engrandecimento, reiterou.
Tal como refere um velho ditado chinês, “Aprender sozinho sem comunicar com outros levará à ignorância”. Devemos estar prontos para aprender com outras civilizações e dar continuidade aos seus valores, honrados pelo tempo, que transcendem barreiras de nacionalidade e que mantêm a sua validade na era moderna, frisou o presidente.
Xi terminou dizendo que a China está pronta a trabalhar com os EUA e com os restantes membros da comunidade internacional, com vista a atingir o progresso comum, pela via da cooperação de benefício mútuo, de modo a contribuir para o bem-estar, a paz e o desenvolvimento de todo o mundo.