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China e Estados Unidos devem se adaptar à nova realidade

Fonte: Diário do Povo Online    18.09.2015 13h35

PEQUIM, 18 de setembro (Diário do Povo Online) - "O mundo está mudando, os EUA estão mudando, a China está mudando, e claro, as relações sino-americanas também estão mudando. O segredo está em como se adaptar ao novo modelo de relações e tomar novas medidas, políticas e estratégias para lidar com as essas mudanças ou moldar as relações,” disse Yuan Peng, vice-presidente do Instituto de Relações Internacionais Contemporâneas da China em entrevista exclusiva ao Diário do Povo.

Yuan observou que a proposição do conceito de um “novo modelo de relações entre grandes países” como a China e os EUA, indica que os líderes chineses perceberam que as relações sino-americanas passam por novas mudanças. Eles também perceberam que essas novas mudanças devem ser conduzidas de forma correta, caso contrário corre-se o risco haver retrocessos ou desequilíbrios nas relações bilaterais.

Será que as relações sino-americanas chegaram a um "ponto crítico?". Será que as relações sino-americanas vão repetir a “armadilha de Tucídides?”. Wang Zheng, diretor e professor associado do Centro de Estudos sobre a paz e conflitos da Escola de Diplomacia e Relações Internacionais da Seton Hall University, disse: "Em relação ao chamado 'ponto crítico', não é que as políticas externas da China e dos EUA estejam passando por mudanças drásticas. Na verdade, é a avaliação que os EUA têm da China que chegou a um ponto crítico. A leitura que os EUA faz da China tem sido continuamente aperfeiçoada ao longo dos últimos 30 anos. Essa avaliação está agora chegando a um ponto crítico – estamos nas véspera de alterações relevantes, especialmente àquelas relacionadas a forma como os Think-thanks americanos vêem a China"

 "A proposta de um novo modelo de relações entre grandes países reflete a sinceridade de uma cooperação ganha-ganha sem confrontações. Os longos e profundos diálogos quase que anuais entre os líderes dos dois países conduzem o curso das coisas. Todos os tipos de diálogos entre os dois países ajudam a estabalecer a confiança mútua e a esclarecer as dúvidas. A cooperação não-governamental entre os dois países liberou uma energia enorme. Não há dúvida de que tudo isso sugire que a China tem uma forte determinação e uma grande vontade de estabilizar as relações sino-americanas.", Disse Yuan Peng.

"De fato, o sentido de para onde as relações sino-americana apontam depende das interações entre os dois países. A resposta para esta pergunta está em aberto.", Disse Fan Jishe, Professor titular e Diretor da Divisão de Estudos Estratégicos do Instituto de Estudos Americanos da Academia Chinesa de Ciências Sociais. "Se os EUA exagerarem nas suas interpretações sobre as políticas externas da China ou reagirem de forma excessiva às relações exteriores da China, a possibilidade das relações China-EUA ficarem mais negativas não pode ser excluída. Por outro lado, as relações sino-americanas vai avançar para um futuro mais positivo se os EUA e a China promoverem os mecanismos de diálogo e negociação existentes, comunicações entre os alto funcionários dos dois governos e até mesmo reuniões entre os líderes, de modo a resolver os mal-entendidos e os erros de percepção entre os dois lados, reconhecendo a estabilidade das bases das relações estratégicas sino-americanas e abrindo lugar para que os EUA e a China cooperem sobre questões bilaterais, regionais e mundiais."

"Nós todos concordamos que a ordem internacional existente, concebida anteriormente à ascensão das novas potências emergentes, não é perfeita. Então, precisamos ajustar e melhorar constantemente o regime internacional existente para acomodar as realidades em constante desenvolvimento da China, Índia e outras economias emergentes.", Disse Douglas H. Paal, vice-presidente da Carnegie Endowment for International Peace, “os líderes dos dois países esperam evitar o conflito. Isto exige disposição de ambos os lados para um dar espaço ao outro, algo que não vai ser fácil de fazer."

(Editor:Juliano Ma,editor)

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