PEQUIM, 18 de setembro (Diário do Povo Online) - “O estabelecimento de um novo modelo de relações entre grandes países, necessita de esforços conjuntos por parte dos EUA e da China”, disse Teng Jianqun, diretor do Departamento de Estudos Americanos do Instituto de Estudos Internacionais da China, ao Diário do Povo numa entrevista.
Teng Jianqun avançou com três conselhos:
Primeiro, ambas as partes devem esforçar-se para construir um novo modelo de relações políticas, baseado na busca de interesses comuns. Devem manter uma atitude tolerante face às suas divergências, e ser capazes de aprender um com o outro.
Em segundo lugar, ambos devem tentar construir um novo modelo de relações económicas, que seja capaz de oferecer benefícios mútuos e de proporcionar um clima de competição saudável.
Por último, devem procurar desenvolver um novo modelo de relação militar, onde não se encarem como inimigos, e partilhem responsabilidades.
“Os EUA têm de habituar-se à ideia de conceber a China como componente necessária de uma equação que conduz à paz e ao desenvolvimento. Os EUA e a China precisam de ouvir-se um ao outro com mais atenção”, disse Douglas H. Paal, diretor do Programa de Ásia do Fundo Carnegie para a Paz Internacional.
Kavi Chongkittavorn, colaborador do Instituto de Segurança e Estudos Internacionais, afiançou que, “Para atingir o tão badalado novo modelo de relacionamento de potências mundiais entre a China e os EUA, as duas partes devem basear-se nos êxitos de cooperação entre ambos no passado”.
“A colaboração dos dois países no acordo nuclear do Irão foi um bom exemplo da sintonia de ideias entre as duas potências. Foi necessária paciência e esforços extraordinários para conseguir semelhante colaboração. Outros desafios superados com sucesso, incluem a cooperação no problema das alterações climáticas e no combate ao surto de ébola.”, disse Kavi Chongkittavorn.
“Tanto a China como os EUA estão dispostos a enfrentar estes problemas juntos. Este esforço comum deve ser incentivado, de modo a poder abranger outras questões estratégicas. Obviamente, alguns assuntos mais sensíveis requerem mais energia, tempo e compreensão para passar à ação.”, prosseguiu.
Kavi Chongkittavorn reiterou que ambos os países não se devem coibir de agir de forma conjunta nos esforços de preservação da paz e da estabilidade na região da Ásia-Pacífico.
“Para ser mais específico, a China e os EUA devem apoiar a centralidade da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ANSA), na sua arquitetura de segurança emergente. É imperativo que ambas as potências apoiem os fóruns de segurança regional promovidos pela ANSA, como o Fórum Regional, a Cimeira da Ásia Oriental e a Reunião Extraordinária de Ministros da Defesa.”, terminou Kavi Chongkittavorn.