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Kissinger: A China e os EUA precisam de trabalhar em cooperação e não em confronto

Fonte: Diário do Povo Online    14.09.2015 09h31
Kissinger: A China e os EUA precisam de trabalhar em cooperação e não em confronto

NOVA IORQUE, 14 de setembro (Diáro do Povo Online) - “O mais importante para a China e os EUA é fundamentarem as suas polí-ticas, partindo do princípio de que são duas grandes potências, que preci-sam de trabalhar em cooperação, e não em confronto. Este é o aspeto fundamental,” disse Henry Kissinger, antigo secretário de estado dos Es-tados Unidos numa entrevista exclusiva ao diário do povo a 10 de setembro.

“Esta conclusão deve ser aplicada a vários assuntos concretos e eu estou plenamente confiante de que haverão progressos,” reiterou Kissinger.

O presidente Xi Jinping vai fazer uma visita de estado aos EUA no final de setembro.

“Eu tive bastantes conversas com o presidente Xi. Ele é um homem de grande determinação, com lições sólidas retiradas durante as várias expe-riências da sua vida,” prosseguiu.

Kissinger inaugurou a grande relação entre a China e os EUA e testemu-nhou o desenvolvimento desta relação por mais de 40 anos. Quando a re-lação começou, a China estava ainda no início do seu desenvolvimento económico.

“Se alguém me tivesse mostrado em 1971 uma imagem daquilo que Pe-quim e Xangai seriam hoje, eu diria que seria de doidos, que não poderia acontecer. O facto é que todos estes feitos são reais. Eu olho sempre para a China com a memória de 1971. Embora existissem dificuldades econó-micas, elas foram ultrapassadas e eu não presto muita atenção a isso,” dis-se Kissinger.

“Quanto à relação entre os EUA e a China, quando começamos a relação, tínhamos um adversário comum. Porém, agora, ao invés de um adversá-rio comum, temos oportunidades comuns. Se não trabalharmos juntos, muitas delas não se poderão concretizar. Alguns dos problemas não po-dem ser resolvidos pela China ou pelos EUA apenas, como as questões climáticas, ambientais, das armas de destruição maciça, etc.

Tudo isto são assuntos em que temos de trabalhar juntos. Alguns tópicos são até totalmente novos, como o cyber-terrorismo.” firmou Kissinger.

“Estou bastante esperançado que a visita do presidente Xi aos EUA regis-te avanços em alguns destes campos assim como no diálogo entre as duas nações.”

Alguns críticos comentam a possibilidade dos EUA poderem aceitar o crescimento da China como um ponto cego e alguns dizem que as rela-ções entre os 2 países se encontram num “cume de tensão”.

Henry Kissinger disse, “A China vai continuar a crescer, quer aceitemos isso ou não. É a realidade. Tendo isso em conta, claro que devemos acei-tar a China de acordo com a dimensão da sua população e dos recursos que dispõe, isso nem sequer deve ser debatível. Estamos destinados a tra-balhar juntos.”

“Um confronto entre a China e os EUA seria muito desvantajoso para ambos os países, ambos devem garantir que isso não acontece. Nos cerca de 50 anos que tenho vindo a acompanhar esta relação, as pessoas falam muito num ponto de tensão, mas o facto é que 8 presidentes americanos têm mantido a mesma política e 5 líderes Chineses também, por isso esta-mos obrigados a trabalhar juntos e assim o devemos fazer,” reforçou Kis-singer.

Relativamente ao “novo tipo de relação entre potências”, proposto pelo presidente Xi, Kissinger disse: “Acho que ambos o presidente dos EUA e da China têm nos seus gabinetes meios de comunicação direta um com o outro.”

“A China e os EUA devem cooperar na manutenção da paz no mundo, especialmente na Ásia”, disse o diplomata.

Ele terá dado alguns conselhos a Obama para conduzir da melhor forma a relação dos EUA com a China durante o tempo restante da sua presidên-cia.

“A minha opinião sempre será, para cada presidente, de falar com hones-tidade com os chineses, de falar abertamente dos receios mútuos e de ten-tar resolver os problemas mais óbvios,” disse. “Tenho a certeza de que o vão fazer, estou muito confiante,” terminou.


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(Editor:Chen Ying,editor)