TÓQUIO, 4 de agosto (Diário do Povo Online) – O website Wikileaks revelou a 31 de julho último que as importantes autoridades políticas, as principais agências governamentais e grandes empresas japonesas sofreram ações de espionagem perpetradas pelo governo dos Estados Unidos.

Contudo, a resposta do governo japonês foi surpreendente já que não protestou, não se queixou, e até mesmo alguns altos funcionários do governo expressaram "compreensão" à ação norte-americana.
A atitude do governo japonês está em contraste com a dos governos da Alemanha e França, que também foram escutados à revelia pelos Estados Unidos.
Na verdade, a "tempestade de escuta" a estes dois países foi um escândalo diplomático, mas, no Japão foi considerada como "coisa de ignorar", o que reflete que 70 anos após a guerra, as relações desiguais entre o Japão e os Estados Unidos continuam.
Na base dos documentos confidenciais dos Estados Unidos, o site Wikileaks revela que cinco documentos da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos tratam das escutas ao Japão, dos quais quatro foram marcados como "top secret", e os alvos de escuta chegaram até 35.
Os documentos não mencionam explicitamente se os alvos de escuta incluem o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, mas envolve o atual ministro do comércio do gabinete de Abe, Yoichi Miyazawa, o governador do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, e o secretário do chefe do gabinete japonês. Além disso, as chamadas telefónicas dos departamentos energéticos da Mitsubishi, Mitsui e outras grandes empresas comerciais japonesas também foram escutadas.

O fundador do site Wikileaks, Julian Assange, disse em um comunicado que os americanos também compartilham as informações relevantes adquiridas no Japão com o Reino Unido, Austrália, Canadá e Nova Zelândia, a chamada "aliança Cinco Olhos".
A revelação da espionagem dos Estados Unidos contra o governo japonês não detonou uma tempestade diplomática como aconteceu com a exposição similar do escândalo de espionagem na Alemanha e França.
O Chefe de gabinete japonês, Yoshihide Suga, disse que se a escuta for verdade, como um aliado, o Japão lamenta extremamente que isso tenha acontecido. Ele também salientou que as medidas de segurança do Japão são infalíveis, e há questões confidenciais que não podem ser reveladas.
Enquanto a mídia japonesa disse, citando fontes do governo japonês, que se o lado japonês confirma a questão como verdadeira, entregará protestos aos Estados Unidos. Mas volvidos alguns dias, o lado japonês ainda não protestou publicamente, havendo algumas fontes do governo que ressaltam que isso não afetará a relação de confiança na aliança Japão-EUA.

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Mark Toner, confirmou, em coletiva regular, que os Estados Unidos ainda não receberam qualquer "formal ou informal" protesto do Japão.
Não só o governo japonês finge ser "surdo-mudo", os principais meios de comunicação também mantêm "silêncio coletivo", apenas publicaram notícias curtas em cantos insignificantes dos jornais.
Citando palavras de uma alta autoridade governamental, o jornal "Sankei Shimbun", Pró-governo de Abe, disse numa reportagem, publicada no dia 1 de agosto, que no campo da inteligência, a escuta do primeiro-ministro e os ministros do gabinete é uma coisa normal, por isso que o governo japonês não considera problema. (
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