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Diretor do FMI prevê impacto limitado do aumento de tarifas dos EUA

Fonte: Xinhua    18.07.2025 13h54

André Roncaglia, diretor do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI), afirmou na quinta-feira que o aumento de 50% nas tarifas sobre produtos brasileiros anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, não terá impacto imediato em 2025, permitindo que o país sul-americano busque novos mercados em 2026.

"Se as medidas de Trump entrarem em vigor, será em agosto, e já estamos falando do final do ano. Se houver algum efeito, será marginal, mas o Fundo não prevê um impacto muito grande este ano", disse o representante brasileiro no FMI em comunicado ao site de notícias UOL.

Roncaglia observou que a exposição do Brasil à economia americana é limitada e que o país possui uma base diversificada de parceiros comerciais.

"O Brasil tem pouca exposição à economia americana. Nossas relações comerciais com os Estados Unidos representam uma pequena parcela do nosso Produto Interno Bruto (PIB)", disse Roncaglia, que destacou que a China é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009.

Segundo Roncaglia, "a China é o nosso maior parceiro e não há sinais de que diminuirá as compras dos nossos produtos".

O diretor brasileiro da organização multilateral destacou a "imensa capacidade do Brasil de firmar acordos comerciais para escoar seus produtos", embora tenha reconhecido que diversos setores que exportam para os Estados Unidos sofrerão mais, como aço, alumínio, suco de laranja, café e etanol.

"Infelizmente, temos diversos produtos agrícolas que sofrerão com essa medida, que não tem justificativa econômica", afirmou.

O funcionário afirmou que o Brasil nunca tomou medidas que afetassem a relação comercial, referindo-se a um dos argumentos de Trump para o aumento da tarifa: sua oposição ao julgamento em andamento por tentativa de golpe contra o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (2019-2022).

"No ano que vem, os efeitos dessas tarifas podem se tornar mais evidentes. As más notícias vêm acompanhadas das boas. O ano que vem permite que o Brasil busque novas maneiras de se acomodar a esse choque", enfatizou.

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