Enquanto a incerteza persistente e o protecionismo crescente continuam a pesar sobre a economia global, a China continua a ser um motor fundamental para o comércio global e o crescimento econômico, afirmou uma alta funcionária da ONU responsável pelo comércio.
Em entrevista recente à Xinhua, Luz María de la Mora, diretora da Divisão de Comércio Internacional e Commodities da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, em inglês), disse que o crescimento econômico global deve desacelerar ainda mais no ano que vem. "À medida que nos aproximamos de 2026, esperamos uma desaceleração na taxa de crescimento da economia global", disse ela, observando que a tendência já ficou evidente ao longo de 2025.
De acordo com o Relatório de Comércio e Desenvolvimento 2025 da UNCTAD, o crescimento econômico global deve desacelerar de 2,9% em 2024 para 2,6% em 2025 e permanecer moderado em torno de 2,6% em 2026, bem abaixo da tendência pré-pandêmica de cerca de 3%.
De la Mora previu que os principais impulsionadores do crescimento do comércio em 2026 virão cada vez mais do Sul Global. O comércio entre economias em desenvolvimento, conhecido como comércio Sul-Sul, agora representa mais de 40% do comércio global, observou ela.
Ela também destacou a política de tarifa zero da China para os países africanos que mantêm relações diplomáticas com a China, descrevendo-a como parte de esforços importantes para garantir que o comércio continue a servir como um motor de crescimento.
Como maior exportador e importante importador mundial, a China está profundamente integrada às cadeias globais de abastecimento e valor, disse ela.
"Nesse sentido, a China é um dos principais motores de crescimento do comércio e, portanto, da economia global", disse de la Mora.
Olhando para 2026, de la Mora alertou que a incerteza no comércio internacional provavelmente persistirá, já que as regras comerciais multilaterais são cada vez mais desafiadas por grandes atores que priorizam questões nacionais ou domésticas.
Ela enfatizou a importância de manter e reformar o sistema comercial multilateral. "Ser capaz de resolver problemas globais em nível multilateral é realmente a melhor alternativa para todos, grandes e pequenos", disse ela.
De la Mora acrescentou que acredita que a China continuará a ser uma forte defensora das regras comerciais multilaterais e desempenhará um papel importante em ajudar os países em desenvolvimento a se integrarem de forma mais eficaz ao sistema comercial global.
