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Vários estados brasileiros colhem benefícios de um mercado chinês cada vez mais aberto

Fonte: Xinhua    10.11.2025 15h10

A 8ª Exposição Internacional de Importação da China (CIIE) encerrou-se nesta segunda-feira, destacando-se novamente como uma das maiores feiras do mundo dedicadas à promoção do comércio. Entre os países participantes, o Brasil reafirmou a relevância de seu agronegócio, com representantes de diversos estados ressaltando que o mercado chinês cada vez mais aberto está trazendo novas oportunidades para os produtores brasileiros.

MATO GROSSO: COOPERAÇÃO AGRÍCOLA PAUTADA NA COMPLEMENTARIDADE

Participando pela terceira vez da CIIE, o estado de Mato Grosso apresentou um estande com o dobro do tamanho em relação ao ano anterior, alcançando 200 metros quadrados e reunindo cerca de 70 empresários locais.

"É isso que viemos fazer aqui na China mais uma vez -- mostrar a qualidade e a sustentabilidade dos nossos produtos", disse César Miranda Lima, Secretário de Desenvolvimento Econômico da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico do Governo de Mato Grosso.

Lima destacou, em entrevista à Xinhua, o potencial produtivo do estado, o maior produtor de soja, milho e algodão do Brasil, além de possuir o maior rebanho bovino do país. "Estamos cada vez mais próximos, com mais parcerias entre a economia de Mato Grosso e a China. A China é um dos nossos principais parceiros comerciais", acrescentou.

Durante a feira, o escritório da Agência Mato-grossense de Promoção de Investimentos e Competitividade (Invest MT) foi oficialmente inaugurado em Shanghai. A nova representação funcionará como um centro estratégico para promover produtos do estado e atrair investimentos chineses.

Lima destacou ainda que o mercado chinês em expansão oferece múltiplas oportunidades aos produtores mato-grossenses, tanto em comércio quanto em cooperação tecnológica.

"Na área de armazenagem e de máquinas agrícolas, os equipamentos chineses já ocupam grande parte do que é utilizado na produção em Mato Grosso. Drones e outros equipamentos agrícolas também têm sido amplamente adotados. Há um grande intercâmbio: nós produzimos alimentos, e a China produz tecnologias e equipamentos", concluiu.

GOIÁS: GRANDE MERCADO IMPULSIONA TODA CADEIA AGRÍCOLA

A Caramuru Alimentos, empresa processadora de grãos sediada em Goiás, participou pela primeira vez da CIIE com o objetivo de aumentar o reconhecimento da marca no mercado chinês e estabelecer contato direto com clientes locais.

"Já temos alguns clientes, mas o objetivo principal é fazer com que a marca da empresa seja mais conhecida. Queremos trazer o nome da Caramuru para dentro da China", disse o gerente de comércio exterior da Caramuru, Rodrigo Arruda.

Ele destacou que produtos como o farelo, a lecitina e a glicerina de soja têm grande demanda na China e que parte da produção já é exportada para o país, acrescentando que o grande mercado chinês vem beneficiando cada vez mais os produtores e trabalhadores do agronegócio brasileiro, à medida que a China se mostra mais aberta à presença de empresas do Brasil.

"O mercado chinês beneficia toda a cadeia do agronegócio brasileiro. É uma cadeia muito ampla, que movimenta fortemente a economia do país; a exportação de produtos agrícolas representa hoje uma grande fatia da economia nacional", afirmou.

Segundo ele, cada vez mais empresas brasileiras buscam participar desse processo. "Mesmo aquelas que ainda não exportam para a China já estão se preparando para ingressar nesse mercado", acrescentou.

MARANHÃO: CHINA MAIS ABERTA FOMENTA DESENVOLVIMENTO CONJUNTO

O Secretário de Estado da Representação Institucional no Distrito Federal, Washington Oliveira, destacou que o Maranhão é um dos estados com maior produção de soja, milho e açúcar, voltado principalmente à exportação -- em grande parte para a China.

"Nosso objetivo é agregar valor à produção agrícola por meio da industrialização, para exportar produtos com valor agregado, e não apenas matérias-primas. Isso gera mais economia e dinamismo para o estado", afirmou.

Oliveira ressaltou que uma China cada vez mais aberta está promovendo não apenas o próprio desenvolvimento, mas também a prosperidade compartilhada da economia mundial. "A realização desta exposição, que já chega à sua oitava edição, demonstra isso claramente: aqui estão representados países de todo o mundo."

Ele acrescentou que tanto o agronegócio maranhense quanto a economia brasileira como um todo estão se beneficiando da crescente cooperação dentro do mecanismo dos BRICS, "uma força cada vez mais importante do Sul Global", concluiu. Fim

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