Parceria marítima China-Brasil molda vivo exemplo de cooperação Sul-Sul

Fonte: Xinhua    06.11.2025 08h23

O Brasil participará de quatro expedições internacionais de perfuração oceânica, afirmou Farid Chemale Junior, acadêmico da Academia Brasileira de Ciências, na Conferência de Inovação em Tecnologias de Mar Profundo, realizada recentemente em Sanya, Província de Hainan, no sul da China.

Ele revelou que o Brasil está se incorporando ao Programa Internacional de Descoberta dos Oceanos (IODP, sigla em inglês), do qual a China é um dos principais países participantes. Farid Chemale Junior avaliou que Brasil e China já mantêm uma cooperação aprofundada em exploração oceânica no Pacífico Sul, caracterizando esta nova colaboração transoceânica como um exemplo vívido da cooperação Sul-Sul.

Em 8 de outubro, Segen Farid Estefen, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas do Brasil (INPO) e membro da Academia Brasileira de Ciências e da Academia Nacional de Engenharia do Brasil, visitou o Centro Nacional de Tecnologia Oceânica da China e assinou uma lista de cooperação.

Os dois países concordaram em solicitar conjuntamente projetos especiais de cooperação em ciências do mar, centrados em áreas-chave, como testes de equipamentos oceânicos e desenvolvimento de recursos marinhos, com o objetivo de contribuir com a "sabedoria sino-brasileira" para a transição global para energias azuis.

Segen Farid Estefen já havia manifestado, durante o Fórum de Inovação Científica e Tecnológica Marinha China-Brasil, realizado em Beijing no ano passado, a expectativa de inaugurar um novo capítulo na cooperação bilateral em áreas como sustentabilidade do petróleo e gás offshore e segurança energética.

Essa visão começa se materializando por meio da parceria entre a China National Offshore Oil Corporation (CNOOC) e a Petrobras em licitações para campos petrolíferos em águas profundas no Brasil. Yu Jin, vice-gerente-geral da CNOOC, ressaltou que Brasil e China compartilham sinergia natural e enorme potencial de colaboração no setor de energia marinha.

A infraestrutura marítima surge como outra área de destaque para a cooperação pragmática bilateral. Em maio deste ano, China e Brasil firmaram um acordo para promover a indústria naval. A participação chinesa na modernização de portos brasileiros, bem como em serviços de dragagem e manutenção, tem contribuído para aumentar a capacidade operacional dos portos do Brasil e gerar mais empregos.

Olhando para o futuro, Farid Chemale Junior demonstrou plena confiança, afirmando que o Brasil estabelecerá uma cooperação mais ampla com a China e que o país está disposto a cooperar ativamente com a China na exploração oceânica, promovendo o desenvolvimento da economia azul e das ciências e tecnologias marítimas.

(Web editor: Beatriz Zhang, Renato Lu)
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