
Logotipo da 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá em Belém, Brasil, em 4 de novembro de 2025. A COP30 será realizada na cidade amazônica de Belém, de 10 a 21 de novembro. [Foto/Xinhua]
Autoridades e especialistas chineses expressaram a esperança de que a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, ou COP30, a ser realizada em Belém, Brasil, leve em consideração as preocupações dos países em desenvolvimento, especialmente suas demandas por financiamento.
Eles também esperam que o encontro anual da ONU, que ocorrerá de quinta-feira até 21 de novembro em Belém, Brasil, envie um forte sinal de compromisso inabalável com o multilateralismo climático.
Uma das áreas de foco da conferência será a implementação do histórico Acordo de Paris de 2015 e a avaliação das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) atualizadas dos países.
Uma Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) é um plano de ação climática para reduzir as emissões e adaptar-se aos impactos climáticos, que cada signatário do Acordo de Paris é obrigado a estabelecer e atualizar a cada cinco anos.
Em um discurso em vídeo na 9ª Conferência Ministerial sobre Ação Climática, realizada em Toronto, Canadá, na sexta-feira e no sábado, o Ministro da Ecologia e Meio Ambiente da China, Huang Runqiu, enfatizou que a COP30, que coincide com o 10º aniversário do Acordo de Paris, é fundamental para o lançamento da próxima década de ação e cooperação climática global.
Ele observou o "progresso proativo" na implementação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e do Acordo de Paris, à medida que as partes uniram esforços para enfrentar os graves desafios impostos pela crise climática, introduzindo as NDCs e estratégias de desenvolvimento de baixo carbono a longo prazo.
O ministro também destacou os desafios que o mundo enfrenta para avançar nos processos multilaterais e na cooperação internacional para combater as mudanças climáticas.
"Garantir a implementação abrangente, eficaz e sustentada do Acordo de Paris, bem como alcançar um desenvolvimento global verde, de baixo carbono e resiliente ao clima, continua sendo um desafio substancial", afirmou.
Nesse contexto, Huang expressou sua esperança de que a equidade seja enfatizada na COP30. Ele também destacou a importância de conduzir os procedimentos com prudência e pragmatismo, a fim de fomentar uma cooperação internacional significativa.
Xia Yingxian, diretor do departamento de mudanças climáticas do Ministério da Ecologia e Meio Ambiente, enfatizou que a COP30 está sendo realizada mesmo em um momento em que a governança climática global enfrenta desafios.
Os Estados Unidos anunciaram sua retirada do Acordo de Paris pela segunda vez no início deste ano. Uma porta-voz da Casa Branca confirmou recentemente que os EUA não enviarão nenhum representante de alto nível à COP30.
"Esperamos que esta conferência transmita sinais políticos positivos claros, destacando os esforços coletivos incansáveis na ação climática, o ímpeto irreversível do desenvolvimento verde e de baixo carbono, o papel essencial da cooperação internacional e o compromisso inabalável com o multilateralismo", disse Xia.
Ele enfatizou a importância de abordar as preocupações dos países em desenvolvimento na COP30, enquanto as partes negociam para elaborar roteiros para implementar as metas de financiamento climático pós-2025 alcançadas no ano passado e revisam o progresso obtido nos esforços para dobrar o financiamento público internacional para adaptação climática em relação aos níveis de 2019 até 2025, uma meta adotada em 2021.
A COP30 deve "garantir que os países em desenvolvimento tenham o apoio essencial necessário para cumprir suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs)", afirmou.
Na COP29, em Baku, capital do Azerbaijão, os países participantes chegaram a um consenso sobre um financiamento anual de pelo menos US$ 300 bilhões provenientes de países desenvolvidos e uma meta mais ampla de financiamento climático de pelo menos US$ 1,3 trilhão por ano até 2035 para apoiar as ações climáticas dos países em desenvolvimento.
Lyu Wenbin, diretor do Instituto de Pesquisa Energética da Academia de Pesquisa Macroeconômica, ressaltou que muitos países em desenvolvimento expressaram insatisfação com as metas de financiamento climático pós-2025, alcançadas no ano passado, e que todos esperam ver progressos positivos na formulação de roteiros para essas metas na COP30.
Ele enfatizou que a conferência de Belém deve servir como um evento que promova uma transição justa.
As partes devem fortalecer seu consenso sobre o assunto, e os países em desenvolvimento devem ter acesso a tecnologias e produtos verdes acessíveis na transição global para uma economia verde e de baixo carbono, afirmou.
"Deve haver um aumento no apoio financeiro e tecnológico aos países em desenvolvimento, e deve-se garantir que produtos verdes de alta qualidade possam circular livremente em todo o mundo, permitindo que o desenvolvimento verde beneficie verdadeiramente todas as partes do planeta", acrescentou Lyu.