À medida que a China e a Polônia se aproximam do 10º aniversário de sua parceria estratégica abrangente no próximo ano, os dois países devem resumir experiência histórica, levar adiante sua amizade, defender o respeito mútuo, acomodar os interesses centrais um do outro e trabalhar juntos para garantir o crescimento constante e imperturbável dos laços bilaterais, disse o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, na segunda-feira.
Wang, também membro do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da China, fez as observações ao se reunir com o vice-primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores polonês, Radoslaw Sikorski.
Wang disse que tanto a China quanto a Polônia são nações de autossuficiência e resiliência, comprometidas com a independência e que forjaram caminhos de desenvolvimento adequados às suas próprias condições nacionais por meio de dificuldades. A Polônia foi um dos primeiros países a estabelecer laços diplomáticos com a República Popular da China e um dos primeiros a assinar documentos de cooperação sobre a Iniciativa Cinturão e Rota com a China, acrescentou.
A China atribui grande importância ao papel da Polônia na Europa e considera consistentemente as relações China-Polônia como uma parte importante dos laços China-Europa, disse ele. Desde o estabelecimento de relações diplomáticas, os dois países cultivaram uma amizade baseada no respeito mútuo, igualdade, cooperação ganha-ganha e aprendizado mútuo, um vínculo que é especialmente valioso em meio à turbulenta situação internacional de hoje e merece ser valorizado, acrescentou Wang.
Observando que este ano marca o 80º aniversário da vitória da Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e da Guerra Antifascista Mundial, Wang disse que os povos chinês e polonês derramaram sangue e fizeram grandes sacrifícios na resistência à agressão.
A China foi a primeira a resistir à agressão militarista japonesa, lutou por mais tempo e fez os sacrifícios nacionais mais pesados, fazendo assim uma tremenda contribuição histórica para a vitória no campo de batalha oriental da Segunda Guerra Mundial e para a vitória da Guerra Antifascista Mundial, observou Wang.
Ele pediu aos dois países que tirem lições da história, olhem para o futuro, contribuam ainda mais para a paz e o desenvolvimento mundiais e ajudem a promover um sistema de governança global mais justo e equitativo.
Wang disse que a Polônia é a parada final de sua turnê europeia em andamento, acrescentando que nos últimos dias ele realizou extensos intercâmbios com amigos europeus e ganhou uma profunda noção dos desafios que o continente enfrenta.
Ele citou tarifas arbitrárias que violam as regras do comércio internacional e prejudicam os interesses legítimos de todos os países, e pediu que a China e a Europa se unam para se opor a tais medidas. Diante da intimidação unilateral, o compromisso não oferece saída, e agir como cúmplice acabará prejudicando os próprios interesses, enfatizou.
Quanto mais complexa e turbulenta a situação internacional se torna, mais a China, a Polônia e a Europa devem manter a aspiração original no momento do estabelecimento de seus laços diplomáticos, manter seu posicionamento de parceria, fortalecer a solidariedade e a coordenação, salvaguardar seus direitos e interesses legítimos e defender a equidade e a justiça internacionais, acrescentou Wang.
Por sua vez, Sikorski disse que a Polônia atribui grande importância às suas relações com a China, admira as conquistas da China no desenvolvimento e saúda o crescimento contínuo da China.
A Polônia adere firmemente à política de Uma Só China e está pronta para desempenhar plenamente o papel do Comitê Intergovernamental Polônia-China, aumentar os intercâmbios em todos os níveis e expandir a cooperação na economia, comércio e intercâmbios entre pessoas, especialmente em grandes projetos, como veículos de nova energia, de modo a trazer mais benefícios para os povos de ambos os países, disse.
Uma guerra tarifária ignora as regras da Organização Mundial do Comércio, prejudica a estabilidade das cadeias industriais e de suprimentos e não atende aos interesses de ninguém, disse Sikorski.
Observando que o atual sistema de governança internacional não se encaixa mais nas mudanças no equilíbrio internacional de poder, ele disse que a Polônia valoriza a Iniciativa de Governança Global proposta pela China e está pronta para fortalecer a comunicação e a coordenação com a China para promover a reforma e a melhoria do sistema de governança global.
Os dois lados também trocaram opiniões sobre a crise na Ucrânia. Sikorski informou Wang sobre a posição da Polônia sobre a situação atual, e Wang expôs a posição de princípio da China de promover negociações de paz e apoiar todos os esforços conducentes à paz.
A China está pronta para manter uma comunicação estreita com a Polônia e todas as partes relevantes para promover a conclusão de um acordo de paz abrangente, duradouro e vinculativo, construir uma arquitetura de segurança europeia equilibrada, eficaz e sustentável e alcançar paz e estabilidade duradouras na Europa, disse Wang.
A China espera que a Polônia, como um país importante na Europa, parta dos interesses fundamentais e de longo prazo de si mesma e da Europa e desempenhe um papel construtivo em promover uma solução política para a crise, acrescentou.
Após as negociações, os dois lados emitiram documentos conjuntos da quarta reunião do Comitê Intergovernamental China-Polônia.
