Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China afirmou na quinta-feira que as declarações da Comissão Europeia estão repletas de viés ideológico, sem o mínimo de bom senso histórico, e alimentam descaradamente a rivalidade e o confronto.
O porta-voz Guo Jiakun fez as declarações em uma coletiva de imprensa regular, quando questionado sobre as declarações de Kaja Kallas, Alta Representante para Relações Exteriores e Política de Segurança da Comissão Europeia, que afirmou que a China, ao lado da Rússia, do Irã e da República Popular Democrática da Coreia (RPDC) durante as comemorações, representa não apenas uma postura antiocidental, mas também um desafio direto ao sistema internacional baseado em regras.
"É um desrespeito à história da Segunda Guerra Mundial e prejudica os próprios interesses da UE. É muito injusto e irresponsável. A China se opõe firmemente e condena isso", disse Guo.
Guo enfatizou que a Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa é uma parte importante da Guerra Mundial Antifascista.
Há oitenta anos, com enorme sacrifício nacional, o povo chinês fez grandes contribuições para defender a paz mundial. Naquela época, amigos da Rússia, dos Estados Unidos e de alguns países europeus ofereceram assistência e apoio preciosos ao povo chinês em sua resistência contra a agressão, disse Guo.
"Somente relembrando a história podemos verdadeiramente defender a paz", disse Guo, acrescentando que a China sediou os eventos comemorativos do 80º aniversário da vitória da Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e da Guerra Mundial Antifascista para relembrar a história, homenagear os heróis caídos, valorizar a paz e criar um futuro melhor. Serviu também o propósito de defender conjuntamente os resultados vitoriosos da Segunda Guerra Mundial e a ordem internacional do pós-guerra, juntamente com todos os países amantes da paz do mundo.
Vinte e seis chefes de Estado e de governo estrangeiros, mais de 20 representantes de alto nível de governos estrangeiros e chefes de organizações internacionais, e mais de 100 enviados diplomáticos de outros países, incluindo 19 países europeus, participaram dos eventos, de acordo com o porta-voz.
"Temos a participação de cinco continentes em todo o mundo. A participação é altamente representativa. Isso demonstra precisamente que a comunidade internacional tem um amplo reconhecimento da contribuição histórica da guerra de resistência da China e sua importância mundial, bem como da aspiração e determinação comuns de salvaguardar a paz e a estabilidade mundiais", disse Guo.
Observando que, no atual cenário internacional volátil e turbulento, o mundo precisa, mais do que nunca, de solidariedade e cooperação, Guo disse que a Europa, onde a Segunda Guerra Mundial foi desencadeada, deveria ter uma compreensão muito mais profunda das lições da história e da importância da unidade.
No entanto, alguns líderes da UE têm se apegado à mentalidade da Guerra Fria e a um forte viés ideológico, criando deliberadamente a divisão e o confronto. Isso não atende aos próprios interesses da UE e prejudicará ainda mais sua reputação e influência no mundo.
"Esperamos que algumas pessoas na UE abandonem seus preconceitos e arrogância, estabeleçam uma perspectiva histórica correta da Segunda Guerra Mundial e uma percepção racional da China, corrijam imediatamente seus comentários errados, cessem a influência negativa e contribuam para um mundo mais pacífico e estável e para relações mais sólidas entre China e UE", disse Guo.