A indústria siderúrgica chinesa está intensificando esforços para estabelecer uma estrutura prática de autorregulação com o objetivo de aumentar a rentabilidade e melhorar a qualidade operacional por meio de um mecanismo de produção mais regulamentado.
Zhao Min'ge, presidente da Associação de Ferro e Aço da China (CISA, sigla em inglês), disse que a CISA continuará a ajudar as autoridades a refinar medidas de implementação para substituição de capacidade, reforço da educação política e melhoria dos mecanismos de avaliação de desempenho, enquanto solicita ativamente feedback de stakeholders do setor.
"Espera-se que o setor melhore ainda mais o mecanismo de controle de produção o qual prioriza a qualidade, a segurança, o desempenho ambiental e a redução do uso de energia e das emissões de carbono - tudo com o objetivo de incentivar a otimização das estruturas de capacidade", acrescentou ele.
Zhao fez essas declarações em uma recente reunião do conselho da CISA em Tangshan, na Província de Hebei, no norte da China, observando que a indústria siderúrgica chinesa respondeu ativamente ao apelo do país para coibir práticas de mercado não padronizadas, apesar das complexas condições econômicas externas.
Segundo ele, a regulamentação da produção de aço bruto continua sendo a solução mais viável para ajustar a intensidade da produção e alcançar o equilíbrio entre a oferta e a procura.
De acordo com a Fitch Ratings, os produtores siderúrgicos da Ásia enfrentarão desafios maiores na exportação de seus produtos, à medida que as autoridades em todo o mundo intensificam medidas protecionistas relacionadas ao setor.
A associação está pedindo que toda a indústria adira ao princípio de estabelecer metas claras para produção, posicionamento de mercado e expectativas de preços, evitando a concorrência desordenada e a expansão imprudente da capacidade.
As estratégias de exportação do setor também estão sendo refinadas. O setor deverá garantir que as medidas de controle da produção sejam efetivamente implementadas.
Em março, cinco agências governamentais, incluindo a Administração Geral de Impostos e o Ministério do Comércio, emitiram conjuntamente uma circular para reforçar a supervisão das transações de exportação na indústria siderúrgica.
Em resposta, a associação realizou pesquisas de campo para reunir informações em primeira mão e transmitiu prontamente as preocupações a autoridades pertinentes.
Além disso, a CISA aprimorará seu sistema de monitoramento de importações e exportações de aço, fortalecerá a análise de tendências estruturais e acompanhará de perto os desenvolvimentos no comércio internacional.
Esses esforços garantirão a implementação eficaz e padronizada dos compromissos de preços existentes, salvaguardando a estabilidade dos mercados de exportação e os interesses gerais do setor, destacou Zhao.
Uma maior atenção está sendo dispensada aos padrões de materiais mais elevados exigidos por setores emergentes, como nova energia, fabricação de equipamentos de ponta, tecnologia da informação e biomedicina, para atualizar a estrutura industrial.
Huang Yixin, presidente da Nanjing Iron and Steel Co, disse que a empresa está avançando no desenvolvimento de produtos siderúrgicos de alta qualidade por meio da inovação em colaboração com institutos de pesquisa, com seus produtos especializados focados em aplicações em áreas como energia solar, eólica offshore e infraestrutura marítima.
De acordo com o Departamento Nacional de Estatísticas, a China produziu 515 milhões de toneladas métricas de aço bruto nos primeiros seis meses de 2025, uma queda anual de 3%. O consumo aparente de aço bruto ficou em 452 milhões de toneladas, caindo 5,6% em relação ao ano anterior.
A Fitch Ratings revelou que os lucros do setor de 46,3 bilhões de yuans (US$ 6,44 bilhões) nos primeiros seis meses já superaram os lucros do ano inteiro em 2024.
Ela também disse que as exportações de aço da China provavelmente permanecerão elevadas no segundo semestre de 2025, apesar do aumento do protecionismo, após um aumento anual de 9% em termos de volume no primeiro semestre do ano.
"As exportações chinesas de aço são um foco particular do protecionismo em outros países e enfrentam uma demanda mais fraca no mercado interno, mas esperamos que sua rentabilidade melhore em 2025, à medida que os custos caem e a campanha 'anti-involução' do governo para conter a concorrência desleal aprimora o cenário competitivo doméstico", observou a Fitch Ratings em um relatório.