O Brasil registrou uma redução de 56,8% no número de focos de calor e de 61% nas áreas queimadas em julho de 2025 em comparação ao mesmo mês do ano passado, de acordo com dados oficiais divulgados nesta quarta-feira pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima.
Segundo o sistema BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), foram registrados 9.713 focos de calor, em comparação aos 22.487 detectados em julho de 2024. Por sua vez, um relatório do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) indicou que quase 726 mil hectares foram afetados por incêndios neste ano, em comparação com 1,8 milhão de hectares no mesmo período do ano passado.
A redução afetou cinco dos seis biomas brasileiros, resultado de condições climáticas menos severas e medidas de prevenção e controle de incêndios implementadas pelo governo federal e pelos estados. No primeiro semestre de 2025, o país já havia registrado uma queda de 46,36% nos focos de incêndio e de 65,8% nas áreas queimadas em comparação com o mesmo período de 2024.
O Pantanal foi o bioma com a maior redução: apenas 39 focos de incêndio foram registrados em julho, uma queda de 96,8% em relação aos 1.218 do mesmo mês do ano anterior. As áreas queimadas caíram 99,2%, de mais de 170 mil hectares em 2024 para 1.400 hectares neste ano.
Na Amazônia, os focos de calor diminuíram 80,9%, com 2.183 registrados, em comparação a mais de 11.400 em 2024. As áreas queimadas diminuíram 89,9%, de 782 mil para 79 mil hectares. A Mata Atlântica registrou redução de 19,3% nos focos de calor e de 76,4% na área afetada pelo fogo.
O Cerrado registrou redução de 28,9% nos focos de calor e de 28,1% nos hectares queimados, enquanto nos Pampas as reduções foram de 15,9% e 12,8%, respectivamente. A Caatinga foi o único bioma a apresentar aumento, com 715 focos de calor, contra 542 em julho de 2024, e 14.700 hectares queimados, contra 10.262 no período anterior.
As autoridades ambientais destacaram que uma nova lei, em vigor desde o ano passado e que instituiu a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, reforçou as ações de prevenção, incluindo o uso de queimadas prescritas para reduzir a matéria seca e a criação de aceiros (faixas sem vegetação) para evitar a propagação de incêndios.
Entre janeiro e julho, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) realizaram queimadas controladas e prescritas em mais de 237 mil hectares de unidades de conservação e terras indígenas, em todos os biomas do país, com o objetivo de proteger a biodiversidade e prevenir incêndios florestais de grande porte.