Com o período do 14º Plano Quinquenal (2021-2025) se aproximando do fim, a China registrou uma série de conquistas marcantes, incluindo uma economia resiliente, avanços sólidos na transição ecológica e uma abertura constante ao mundo.
Em uma coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira, Zheng Shanjie, diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (CNDR), descreveu os cinco anos como um período de “progresso pioneiro, avanços transformadores e conquistas históricas”.
“A China tornou-se a força mais estável, confiável e dinâmica no desenvolvimento global”, afirmou.
RESILIÊNCIA
Segundo Zheng, o incremento econômico da China deverá ultrapassar 35 trilhões de yuans (4,89 trilhões de dólares americanos) no período de cinco anos, contribuindo anualmente com cerca de 30% para o crescimento econômico global.
Nos primeiros quatro anos do plano, a economia chinesa cresceu a uma taxa média anual de 5,5%, mesmo diante dos choques causados pela pandemia e pelo protecionismo comercial. Zheng destacou que, considerando a enorme escala da economia chinesa, esse crescimento representa uma conquista sem precedentes.
Esse desempenho econômico estável também resultou em melhorias concretas nas condições de vida. A criação de empregos urbanos superou os 12 milhões por ano, refletindo a estabilidade do mercado de trabalho em um país com uma população tão numerosa.
O crescimento foi especialmente impulsionado pela transformação econômica em curso. A demanda interna respondeu, em média, por 86,4% do aumento do PIB, com o consumo final contribuindo com 56,2% — um aumento de 8,6 pontos percentuais em relação ao plano anterior.
A inovação teve um papel central no desenvolvimento. Os gastos totais do país em P&D cresceram quase 50%, ou 1,2 trilhão de yuans, entre 2020 e 2024, e a intensidade em P&D atingiu 2,68%, aproximando-se da média dos países da OCDE.
A força nacional da China foi significativamente ampliada durante o período do plano, o que também abriu oportunidades para o desenvolvimento global, disse Zheng. Ele acrescentou que, independentemente de como evolua o cenário internacional, o país continuará a gerir bem seus próprios assuntos e a impulsionar a modernização chinesa.
TRANSIÇÃO ECOLÓGICA
O período também marcou um salto na transformação ecológica da China, com uso mais eficiente da energia e melhorias no ambiente natural.
A China cumpriu suas promessas ambientais e assumiu a responsabilidade de uma grande nação. Entre 2021 e 2024, o consumo de energia por unidade do PIB caiu 11,6%, reduzindo as emissões de carbono em cerca de 1,1 bilhão de toneladas — quase metade das emissões totais da União Europeia em 2024.
Como líder global em energia renovável, a capacidade instalada da China nesse setor atingiu 2,09 bilhões de quilowatts até maio de 2025 — mais que o dobro do valor de 2020. Hoje, um em cada três quilowatts-hora de eletricidade consumidos no país vem de fontes verdes.
O estilo de vida sustentável também ganhou força, com a frota de veículos movidos a novas energias saltando para 31,4 milhões em 2024, frente a 4,92 milhões em 2020.
Encarando o futuro, Zhou Haibing, vice-diretor da CNDR, afirmou que o próximo período quinquenal, de 2026 a 2030, será decisivo para que a China atinja sua meta de pico de emissões de carbono até 2030.
“Vamos redobrar esforços e implementar medidas mais pragmáticas para promover a transição verde no desenvolvimento econômico e social, acelerando a modernização baseada na harmonia entre a humanidade e a natureza”, afirmou.
MAIOR ABERTURA
Segundo a coletiva, o investimento estrangeiro direto na China totalizou 4,7 trilhões de yuans entre 2021 e maio de 2025. Empresas com investimento estrangeiro agora respondem por um terço das importações e exportações do país, um quarto da produção industrial e um sétimo da arrecadação tributária, além de gerarem mais de 30 milhões de empregos.
Zhou elogiou o sucesso das empresas estrangeiras como prova concreta da melhoria no ambiente de negócios da China, que se torna cada vez mais orientado pelo mercado, baseado na lei e internacionalizado.
Desde 2021, a China reduziu duas vezes sua lista negativa para investimentos estrangeiros. Todas as restrições ao acesso estrangeiro ao setor manufatureiro foram eliminadas, e passou a haver maior liberalização nas áreas de agricultura e serviços. Iniciativas-piloto nas áreas de saúde e telecomunicações de valor agregado abriram novas oportunidades para negócios estrangeiros.
Esforços sólidos também foram realizados para garantir tratamento nacional às empresas estrangeiras e uma forte proteção à propriedade intelectual.
“As políticas da China para atrair e utilizar o investimento estrangeiro são consistentes”, afirmou Zhou, observando que o país continuará a ampliar o acesso ao mercado e expandir sua abertura de forma ordenada, garantindo às empresas estrangeiras igualdade no acesso a benefícios de políticas públicas, desde compras governamentais até definição de padrões.
A China continua — e continuará sendo — um destino ideal, seguro e promissor para investidores globais, concluiu.