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Reunião do BRICS terá plano de segurança semelhante ao do G20, anuncia Brasil

Fonte: Xinhua    03.07.2025 16h14

O Comando Operacional Conjunto do Redentor (COC Redentor) apresentou nesta quarta-feira os arranjos de segurança que serão implementados durante a 17ª Cúpula do BRICS, programada para 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro.

O plano, coordenado pela Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e Força Aérea Brasileira, replica o modelo utilizado com sucesso na Cúpula do G20, realizada em novembro de 2024, também no Rio de Janeiro.

"Usaremos o mesmo planejamento e as mesmas equipes do G20; apenas fizemos pequenos ajustes porque a estratégia funcionou", explicou à imprensa o General de Brigada Lucio Alves de Souza, assessor especial do COC Redentor.

O contingente militar contará com 361 viaturas, 147 motocicletas, 68 unidades de apoio sobre rodas, 38 veículos blindados, 10 navios, 9 embarcações menores, 8 helicópteros, 3 radares e 6 sistemas antidrones, segundo o comando.

Entre as novidades está o emprego, pela primeira vez desde os Jogos Olímpicos de 2016, de aeronaves equipadas com mísseis ar-ar. O Coronel André Gustavo Fernandes Peçanha, chefe da Subdivisão de Operações do Departamento de Controle do Espaço Aéreo, enfatizou que as armas "ampliam as opções de resposta da autoridade aeronáutica e fortalecem a proteção do espaço aéreo durante o evento".

Os sistemas antidrones, já testados na Cúpula de Líderes do G20, serão capazes de neutralizar tentativas de intrusão mesmo quando os dispositivos operam em constelação. "A potência é tal que pode interferir simultaneamente em todos os drones hostis e até mesmo afetar sinais de celulares e radionavegação, se necessário", afirmou Souza.

As Forças Armadas, em conjunto com as polícias federal, militar e civil, garantirão a segurança dos traslados do Aeroporto Internacional Tom Jobim Galeão para os hotéis e, de lá, para os locais da cúpula, bem como o embarque das delegações após o término das sessões.

A operação inclui a proteção de infraestrutura crítica, defesa cibernética e resposta a incidentes químicos, biológicos, radiológicos ou nucleares. A Marinha monitorará as áreas marítimas e costeiras, com o apoio de Veículos Lagarto Anfíbios, veículos blindados capazes de operar tanto em terra quanto na água para possíveis evacuações.

Souza descartou a possibilidade de a cúpula do BRICS ser mais arriscada do que as reuniões anteriores. "Todos os eventos estão sujeitos ao mesmo nível de exigência; um único erro pode comprometer meses de planejamento, por isso assumimos a mesma responsabilidade em cada ocasião", afirmou.

Paralelamente, a Polícia Federal iniciou hoje inspeções exaustivas nos veículos oficiais que transportarão chefes de Estado, ministros e delegações. Equipes especializadas, apoiadas por cães farejadores, buscam identificar e neutralizar quaisquer potenciais ameaças. A Polícia Federal também inspecionará os prédios onde ocorrerão as atividades da cúpula e os hotéis que receberão os participantes.

A 17ª Reunião de Cúpula reunirá os 11 membros permanentes do bloco -- Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia, além de seus parceiros de diálogo: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Tailândia, Cuba, Uganda, Malásia, Nigéria, Vietnã e Uzbequistão.

Com uma agenda focada na cooperação Sul-Sul e no fortalecimento da governança global, os líderes abordarão iniciativas para o desenvolvimento sustentável, a integração financeira e a reforma das instituições multilaterais. A cidade se prepara, assim, para receber uma das maiores delegações internacionais desde os Jogos Olímpicos.

O amplo esquema de segurança reforça o compromisso do Brasil em garantir um ambiente estável e livre de incidentes, afirmaram as autoridades. De acordo com o cronograma, a operação permanecerá ativa até a saída do último dignitário e a retirada das delegações estrangeiras, previstas para 8 de julho.

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