Funcionários chineses conversam com agricultores locais no Parque Agrícola Wanbao, em Xai-Xai, província de Gaza. (Foto: Mendes Mondlane/Xinhua)
Em 2025, a China e Moçambique celebram 50 anos de relações diplomáticas. Meio século de confiança mútua e cooperação prática trouxe mudanças concretas para Moçambique, especialmente em infraestrutura, agricultura e educação.
A Ponte Maputo, inaugurada em 2018, é hoje um marco na conexão da cidade. Antes, a travessia da baía dependia de balsas antigas, com filas de até seis horas. “Agora, cruzamos em apenas 5 a 10 minutos. A ponte mudou nossas vidas”, conta Jacinto Magaya, que participou da obra.
Ponte de Maputo. (Foto: Liu Jie/Xinhua)
Além da ponte, empresas chinesas construíram a estrada de contorno de Maputo, modernizaram redes móveis e, com apoio do governo chinês, ergueram o estádio nacional, o aeroporto de Xai-Xai e o Centro Cultural Moçambique-China, entre outros projetos.
O Parque Agrícola Wanbao, na província de Gaza, aumentou a produção de arroz de 1-2 toneladas por hectare para até 7 toneladas. “Graças ao projeto, minha família tem energia, água encanada e posso comprar roupas novas para meus filhos”, diz Angélica Mavie, que hoje fatura cerca de 13 mil meticais por ano (R$ 1.500).
Especialista chinês em fungicultura Deng Wenming (à direita) conversa com a agricultora Carla Mariza sobre o cultivo de cogumelos na cidade de Matola. (Foto: Liu Jie/Xinhua)
A China já enviou quatro missões de especialistas agrícolas, oferecendo treinamento e apoio técnico. No cultivo de cogumelos, por exemplo, agricultores como Carla Mariza aumentaram a produção em mais de 30% com a tecnologia chinesa. “Agora tenho confiança para ampliar meu negócio”, afirma.
Otilia Tomo, do Instituto de Pesquisa Agrícola de Moçambique, destaca: “A formação que recebemos na China está tendo impacto direto na nossa produção agrícola”.
Médico Ling Yong (à direita), da equipe médica chinesa em Moçambique, realiza cuidados pós-operatórios com profissionais de saúde locais. (Foto: Liu Jie/Xinhua)
Na saúde, a China enviou 25 equipes médicas desde 1976, oferecendo consultas, cirurgias, capacitação e telemedicina. Em 2024, o navio-hospital chinês Arca da Paz atendeu gratuitamente mais de 7.000 moçambicanos. Um centro nacional de cirurgia também será construído em Maputo com apoio chinês.
Na educação, o Instituto Confúcio da Universidade Eduardo Mondlane já formou mais de 8.000 estudantes de chinês desde 2012, oferecendo também cursos de tradução, revisão e secretariado bilingue.
“O apoio da China é essencial na formação de talentos, pesquisa e desenvolvimento institucional”, afirma Manuel Guilherme Júnior, reitor da universidade.
Viaduto do Circular de Maputo, em Moçambique. (Foto: Escritório da China Road and Bridge Corporation em Moçambique/Xinhua)
