A China realizará um grande desfile militar em Beijing no dia 3 de setembro, para celebrar os 80 anos da vitória contra a agressão japonesa e o fascismo. O objetivo é demonstrar a determinação do país em defender as conquistas da vitória na Segunda Guerra Mundial, bem como a justiça e a equidade internacionais. O anúncio foi feito por autoridades chinesas nesta terça-feira, em Beijing.
O presidente Xi Jinping fará a revista das tropas durante o desfile, que integra as comemorações oficiais da data. Xi, que é também secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista da China e presidente da Comissão Militar Central, fará um discurso durante a cerimônia.
O dia 3 de setembro foi oficialmente designado como o Dia da Vitória na China, em alusão à assinatura do Instrumento de Rendição do Japão, ocorrida em 2 de setembro de 1945.
De acordo com Wu Zeke, vice-diretor do Departamento de Operações do Estado-Maior Conjunto da Comissão Militar Central, participarão do desfile unidades do Exército de Libertação Popular e da Polícia Armada, com formações a pé, colunas blindadas e esquadrões aéreos.
“Todos os armamentos e equipamentos que serão exibidos são de produção nacional e fazem parte do arsenal ativo de combate”, afirmou Wu, que também é vice-chefe do comitê organizador do desfile.
Ele destacou que os equipamentos representam uma “demonstração concentrada das capacidades de combate baseadas em sistemas, do poder de combate em novos domínios e com novas qualidades, além da força de dissuasão estratégica” das Forças Armadas chinesas.
“As formações a pé vão evidenciar a nova estrutura organizacional e o novo modelo de implantação das forças, após as reformas e reorganizações do nosso exército”, acrescentou.
As colunas blindadas, segundo Wu, vão colocar em destaque os avanços recentes no desenvolvimento de equipamentos, refletindo a capacidade da China de inovar de forma independente na área de armamentos.
Já os esquadrões aéreos irão demonstrar o elevado grau de sistematização das forças de combate aéreo e sua crescente capacidade de atuação em cenários avançados.
O desfile também contará com forças de combate convencionais e unidades de novos domínios e de alta tecnologia. “Além de apresentar uma nova geração de armamentos convencionais, incluiremos também forças especializadas, como unidades de inteligência não tripulada, combate subaquático, operações cibernéticas e eletrônicas, além de forças hipersônicas”, detalhou Wu.
Segundo ele, essas exibições refletem a “forte capacidade das Forças Armadas chinesas de se adaptar ao desenvolvimento tecnológico, à evolução dos padrões de guerra e de vencer conflitos futuros”.
Wu acrescentou que estarão expostos armamentos estratégicos, equipamentos táticos avançados e sistemas que representam as forças de nova geração, alinhados às tendências dos futuros campos de batalha.
“Esses equipamentos abrangem praticamente todos os tipos de forças, incluindo comando e controle, reconhecimento e alerta antecipado, defesa aérea e antimísseis, ataques de precisão e suporte integrado”, afirmou.
Ele também destacou que os armamentos possuem “maior precisão, melhor adaptação ao campo de batalha e uma eficácia de combate significativamente superior”.
De acordo com Wu, o desfile tem como propósito ressaltar o papel histórico da Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa (1931-1945) como o principal teatro de operações no Oriente durante a Segunda Guerra Mundial e sua contribuição decisiva para a vitória antifascista global.
“O evento pretende demonstrar a firme determinação da China em proteger as conquistas da vitória na Segunda Guerra Mundial, salvaguardar a justiça internacional e cumprir sua responsabilidade na construção de uma comunidade global com futuro compartilhado para a humanidade”, afirmou.
Wu reforçou que o desfile também servirá para mostrar a determinação das Forças Armadas chinesas em defender, de forma inabalável, a soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento do país, bem como sua disposição em manter a paz mundial.
Hu Heping, vice-chefe do Departamento de Comunicação do Comitê Central do Partido Comunista da China, informou que líderes atuais e antigos de países relevantes, representantes de organizações internacionais e diplomatas estrangeiros na China serão convidados para as comemorações.
Ainda segundo Hu, também serão convidados representantes de amigos internacionais que contribuíram para a vitória chinesa contra a agressão japonesa, bem como seus descendentes.
Hu revelou que, a partir de julho, a China promoverá uma série de atividades comemorativas em todo o país. Entre elas, a entrega de medalhas comemorativas a veteranos vivos, ex-combatentes e líderes militares que participaram da guerra, ou a seus descendentes, além de uma cerimônia no fim de outubro, em memória dos 80 anos da recuperação de Taiwan após a ocupação japonesa.