Wang Di, Wang Xiaobo e Chen Yiming, Diário do Povo
A 4ª Reunião Ministerial do Fórum China–CELAC foi realizada em 13 de maio, em Beijing. O presidente chinês Xi Jinping participou da cerimônia de abertura e fez um importante discurso, no qual destacou que a China está disponível a, junto com os países latino-americanos, lançar cinco grandes iniciativas, buscar conjuntamente o desenvolvimento e a revitalização, e construir uma comunidade de futuro compartilhado China-América Latina. Xi apresentou um plano para o futuro a longo prazo das relações sino-latino-americanas.
A reunião aprovou a Declaração de Beijing da 4ª Reunião Ministerial do Fórum China-CELAC e o Plano de Ação Conjunto para Cooperação em Áreas-Chave entre China e Países-Membros da CELAC (2025–2027). As partes acordaram mais de 100 projetos de cooperação para os próximos três anos. A China anunciou também 20 novas medidas para apoiar o desenvolvimento da América Latina.
Os convidados e especialistas latino-americanos presentes elogiaram as novas iniciativas propostas pelo presidente Xi Jinping para a cooperação sino-latino-americana e as iniciativas globais associadas. Destacaram também os frutos significativos obtidos nos 10 anos de existência do Fórum China-CELAC e os consensos importantes alcançados nesta edição.
“Admiro muito a visão do presidente Xi Jinping”, afirmou Dilma Rousseff, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento. Segundo ela, Xi sempre defendeu o diálogo, a cooperação e uma ordem internacional baseada no multilateralismo. Desde sua criação, o Fórum China-CELAC tem expandido a cooperação em diversas áreas, proporcionando benefícios concretos para os povos de ambos os lados, tornando-se um modelo de cooperação Sul-Sul.
Em 10 anos, o Fórum estabeleceu mecanismos como reuniões ministeriais, o diálogo “Quatro Motores” entre chanceleres, reuniões de coordenadores nacionais, além de ter realizado mais de 100 atividades, incluindo quatro reuniões ministeriais e 31 fóruns setoriais, consolidando-se como o principal canal de cooperação integral entre China e América Latina.
“O Fórum China-CELAC tornou-se uma plataforma essencial para enriquecer e fortalecer a agenda de relações exteriores dos países latino-americanos. Sua contribuição para a paz mundial e o desenvolvimento sustentável é significativa, e sua importância continua a crescer”, declarou Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores do Brasil, que participou da primeira reunião do Fórum em 2015. Ele acredita que o Fórum continuará se desenvolvendo e alcançando resultados ainda mais expressivos.
Durante a atual reunião, a China anunciou sua disposição de lançar, em conjunto com os países latino-americanos, cinco grandes iniciativas: Programa da Solidariedade, Programa do Desenvolvimento, Programa de Civilização, Programa da Paz e Programa da Conectividade entre os Povos.
O seu propósito envolve medidas práticas de cooperação em áreas como inovação científica e tecnológica, comércio e investimentos, inteligência artificial, finanças, infraestrutura, agricultura e segurança alimentar, indústria e informatização, energia e mineração, além da construção conjunta da “Iniciativa Cinturão e Rota”.
“A China sempre está disposta a ouvir a voz da América Latina”, disse Gerardo Torres Valdés, especialista mexicano em política internacional. Segundo ele, os cinco projetos lançados representam ações pragmáticas para impulsionar a cooperação sino-latino-americana, alinhando-se aos interesses comuns e às necessidades reais, o que demonstra a vitalidade dessa parceria.
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar do Brasil, Paulo Teixeira, destacou que a agricultura é um setor-chave na cooperação Brasil-China. Segundo ele, empresas chinesas de maquinário agrícola e experiências tecnológicas avançadas têm dado apoio importante ao desenvolvimento da agricultura familiar no Brasil e ao aumento da renda dos agricultores. “Esperamos intensificar a cooperação com a China, continuar promovendo a modernização agrícola e contribuir para o desenvolvimento agrícola da América Latina e até do mundo”, afirmou.
Carlos Aquino, diretor do Centro de Estudos Asiáticos da Universidade Nacional Maior de São Marcos, no Peru, ressaltou que o multilateralismo enfrenta desafios no cenário atual, e que a defesa conjunta de um mundo pacífico e de uma globalização econômica por parte de China e América Latina tem grande relevância. “Por meio de mecanismos como o Fórum China-CELAC, as partes fortalecem a coordenação e a cooperação em plataformas multilaterais como a ONU, o que ajuda a ampliar a voz e a influência dos países do Sul Global. Isso estabelecerá uma base sólida para a construção de uma ordem internacional mais justa e para o desenvolvimento comum”.
“Laureano Ortega, assessor presidencial da Nicarágua para cooperação internacional, afirmou que a China tem exercido um papel de liderança importante na cooperação global. Segundo ele, a China é um país amigo que sempre trata os países da América Latina e do Caribe com igualdade, e a cooperação com a China pode trazer desenvolvimento e prosperidade para a região. “A Nicarágua apoia firmemente a Declaração de Beijing e o Plano de Ação Conjunto, e participará ativamente da construção da comunidade de destino compartilhado China-América Latina”, declarou.