O Brasil conseguiu tirar milhões de pessoas da situação "vergonhosa" de fome e emergência social graças a uma estratégia abrangente de reconstrução de sua rede de proteção social, disse Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, nesta terça-feira.
Em entrevista ao programa Bom Dia Ministro, Dias ressaltou que, apesar de ser a décima maior economia do mundo e um dos maiores produtores de alimentos, o país enfrentava uma "situação vergonhosa", com 33,1 milhões de brasileiros em situação de fome em 2022.
O ministro disse que, ao assumir a pasta, além buscar solução para essa emergência, foi necessário garantir que os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, o Benefício de Prestação Continuada e outros pudessem chegar a quem precisava.
Para isso, foi realizada uma auditoria aprofundada com o apoio de órgãos como a Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal.
Usando inteligência artificial, o governo detectou e cancelou 4,1 milhões de benefícios concedidos fraudulentamente, gerando uma economia anual estimada em 34 bilhões de reais (US$ 5 bilhões), segundo o Tribunal de Contas da União.
O ministro também destacou que as políticas públicas estão sendo reorganizadas com foco na superação da pobreza estrutural por meio da educação, capacitação profissional e geração de empregos. "Está dando resultado. As pessoas, com essas modificações que fizemos, estão indo atrás de trabalho. Foram 16,5 milhões de admissões do povo do Bolsa Família e do Cadastro Único em 2023 e 2024", destacou.
Um dos pilares dessa transformação é o programa Acredita no Primeiro Passo, lançado em outubro de 2024, que promove o empreendedorismo entre pessoas de baixa renda.
Segundo dados oficiais, mais de 200 mil empreendedores beneficiados pelo programa Bolsa Família já foram atendidos. Em seus primeiros meses, a iniciativa mobilizou mais de 3,1 bilhões de reais (US$ 540 milhões) em microcréditos, por meio de 192 mil operações financiadas com recursos de fundos constitucionais e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
O programa conta com o apoio de governos locais, sociedade civil, instituições públicas e privadas e bancos que oferecem treinamento, assistência técnica e acesso ao crédito.