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Tarifas abusivas dos EUA: a lógica do unilateralismo ameaça estabilidade global e prejudica a economia americana

Fonte: Diário do Povo Online    29.04.2025 10h41

Recentemente, o governo dos Estados Unidos, sob o pretexto de "reciprocidade", impôs tarifas a mais de 180 países e regiões em todo mundo. Esse fenômeno absurdo, em que até pinguins e focas se tornaram alvos de impostos, reflete a lógica unilateral da "lei do mais forte". A postura do governo dos EUA, que age contra a tendência histórica, prejudica tanto os outros quanto os próprios EUA.

A postura autoritária do governo dos Estados Unidos visa unicamente seu próprio interesse, ao passo que retira o direito de desenvolvimento dos outros países, especialmente das nações mais vulneráveis.

Países mais carenciados como o Haiti e o Lesoto, já em situação precária, estão ainda mais à beira do colapso, sob o peso da pressão tarifária. Impor tarifas acima da capacidade de países com economias frágeis é, essencialmente, uma tentativa de subverter a ordem comercial multilateral, colhendo os benefícios globais em benefício próprio apenas.

Enquanto o governo dos EUA agita a bandeira do “comércio justo”, ele viola livremente os princípios de não discriminação da Organização Mundial do Comércio; reduz a ajuda aos países em desenvolvimento, ao mesmo tempo em que aplica tarifas exorbitantes. Onde está a “reciprocidade”? Trata-se, claramente, da lógica de “verdade através da força”.

As ações autoritárias do governo dos EUA não só prejudicam as populações de outros países, como também trazem grandes problemas para os cidadãos americanos. O aumento das tarifas eleva o preço dos produtos importados, forçando os consumidores a arcar com custos mais elevados.

A inflação elevada resultante disso faz com que o custo de vida das famílias americanas aumente significativamente. O aumento das tarifas pode levar à perda de cerca de 2 milhões de empregos nos EUA, e cada família americana enfrentará uma perda de pelo menos 5.000 dólares em receita.

O risco de estagflação cresce, o crédito do dólar é afetado, e os ativos em dólares são vendidos em grande escala; a incerteza nos mercados internacionais aumenta, dificultando a expansão das empresas americanas para mercados estrangeiros e afetando o comércio de exportação dos EUA.

A oposição dentro dos Estados Unidos está crescendo. Em 23 de abril, 12 estados americanos se uniram em um processo judicial contra o governo federal dos EUA, acusando suas políticas tarifárias de serem ilegais.

A história já demonstrou que guerras comerciais e disputas tarifárias só levam a perdas para todos os envolvidos. Na década de 1930, a Smoot-Hawley Tariff Act desencadeou a Grande Depressão global. Hoje, o governo dos EUA repete os mesmos erros e não escapará das consequências negativas.

Até mesmo políticos americanos reconheceram que os resultados das tarifas excessivas não significam a "América em primeiro lugar", mas sim "América sozinha". Um estudo do Yale Budget Lab estima que, em 2025, todas as tarifas aplicadas reduzirão o crescimento do PIB real dos EUA em 1,1 pontos percentuais naquele ano, com uma redução no crescimento do PIB de médio a longo prazo de 0,6 pontos percentuais.

O mundo quer justiça, não autoritarismo. No contexto atual de globalização, as economias dos países são interdependentes. Qualquer instabilidade econômica em uma nação pode gerar reações em cadeia nos outros países.

Na recente reunião anual do Conselho de Comércio de Mercadorias da Organização Mundial do Comércio, a grave preocupação da China com as tarifas abusivas dos EUA obteve forte apoio de 46 países. Acreditamos que a grande maioria dos países que acreditam em justiça e equidade tomará as decisões corretas em benefício próprio e do coletivo.

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