No campus do Lago Oeste do Hospital Subordinado à Universidade de Medicina Tradicional Chinesa da Província de Jiangxi, a fumaça da moxabustão espiralava-se, enquanto alguns portugueses proviam acupuntura para pacientes, e alguns idosos com cabelos grisalhos faziam sinais de "ok" com os polegares. Esses praticantes estrangeiros de medicina tradicional chinesa, que atravessaram o oceano para fazer estágios na China por três semanas, são o sexto grupo de estagiários do programa de intercâmbio sino-português organizado pelo Hospital Subordinado à Universidade de Medicina Tradicional Chinesa da Província de Jiangxi.
Paula Morgada, uma estagiária que estava aplicando acupuntura em um paciente, originalmente sofria de uma doença ocular rara. Uma engenheira ambiental que trabalhou 24 anos para o governo, ela, após ter procurado tratamento ocidental sem sucesso, decidiu aprender Medicina Tradicional Chinesa (MTC) para se salvar. Depois de décadas de trabalho árduo, não só curou sua doença ocular como obteve uma licença para praticar MTC, se apaixonando ainda por outro praticante estrangeiro de MTC com o qual formou uma família.
Desde então, Paula tem se dedicado a usar seu conhecimento de MTC para curar os portugueses de suas doenças. Ela disse que a MTC agora se tornou a segunda opção de tratamento em Portugal, depois da medicina ocidental, e cada vez mais pessoas estão dispostas a experimentar a fisioterapia da medicina chinesa, assim como muitos enfermeiros e médicos estão estudando MTC.
Há muitos outros alunos como Paula, que trabalhavam anteriormente em outros campos, como comércio e educação, e por acaso foram atraídos pelo charme da MTC, então desistiram de suas carreiras originais para então estudar e passar no exame para se tornar um praticante de MTC em tempo integral.
Em fevereiro de 2018, a MTC ganhou uma legislação abrangente e foi incorporada ao sistema de ensino superior em Portugal, enquanto os praticantes começaram a poder solicitar certificados de terapeuta licenciado em MTC. Portugal tornou-se o primeiro país da Europa Ocidental a legislar sobre a gestão e a prática autônomas da MTC, independentemente da jurisdição da medicina ocidental, e a considerar a acupuntura como parte da MTC como um todo.
Ana Cid, que veio estudar juntamente com Paula, disse que sua renda não é baixa, já que mais da metade da população do país europeu já teve contato direto ou indireto com a MTC e a aceitação da MTC pelo público é alta em Portugal.
Falando sobre os motivos que a levaram a estudar na China, Felipa Thomaz disse que depois de estudar MTC por seis anos, ficou profundamente impressionada pela profundidade da MTC, por isso estava ansiosa para vir ao local de nascimento da MTC para experimentar a cultura da medicina tradicional e aprender mais casos e conhecimentos para aprimorar suas habilidades de tratamento.
A MTC tem uma longa história com Portugal. Desde 1938, quando Portugal emitiu a primeira licença para a prática da MTC em Macau, ela se desenvolveu nos últimos cem anos para formar uma grande equipe da MTC, com uma pequena porcentagem de membros chineses. A promoção de profissionais nacionais tem sido um fator importante no desenvolvimento da MTC em Portugal. À medida que continuam a acumular experiência na prática, eles desejam cada vez mais vir à China para obter mais treinamento e aprendizado.
Em 2016, o Centro Sino-Português de Medicina Tradicional Chinesa foi autorizado pela Administração Estatal de Medicina Tradicional Chinesa a se estabelecer em Lisboa, capital de Portugal, e começou a realizar serviços de diagnóstico e tratamento online e offline, como acupuntura, ginecologia e "tuina".
Com o objetivo de aprimorar o nível de teoria e prática clínica dos praticantes locais de MTC em Portugal, o Centro, juntamente com o Hospital Subordinado à Universidade de Medicina Tradicional Chinesa da Província de Jiangxi, começou a realizar o Curso de Treinamento para Estagiários Estrangeiros sobre Técnicas de Diagnóstico e Tratamento Característicos da MTC do Centro Sino-Português de MTC. Um total de 13 estagiários estrangeiros vieram à China para estudar por três semanas este ano, e todos eles são praticantes de MTC registrados no Ministério da Saúde de Portugal.
Para que eles possam aprender melhor os métodos de diagnóstico e tratamento da medicina tradicional chinesa, o treinamento adota uma combinação de palestras teóricas e estágios clínicos, que abrangem principalmente as teorias básicas da MTC, técnicas de acupuntura, de moxabustão, de ventosaterapia com uso de fogo e "guasha", e tratamentos de acupuntura e moxabustão para doenças comuns, entre os outros.
O Hospital Subordinado à Universidade de Medicina Tradicional Chinesa da Província de Jiangxi também os equipou com intérpretes, desenvolveu materiais didáticos e materiais de estudo em inglês e português, e alguns professores podem dar aulas totalmente em inglês para que os estagiários possam entender a essência da MTC. Os estagiários não apenas podem aprender os conceitos e os livros clássicos da MTC, mas também podem se comunicar com médicos veteranos experientes, medir o pulso dos pacientes e tratar suas doenças para enriquecer sua experiência na prática da medicina.
O diretor do Centro Sino-Português de Medicina Tradicional Chinesa, Yan Chunming, disse que mais de cem estudantes portugueses participaram do programa de intercâmbio até agora. "Em Portugal, eles não são apenas praticantes de MTC, mas também promotores da MTC. Eles trarão as experiências a suas estudantes, permitindo que a MTC seja transmitida e desenvolvida posteriormente em Portugal", disse ele.
![]() |