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Brasil e África do Sul participam do projeto global de telescópios proposto pela China

Fonte: Xinhua    10.04.2025 13h49

Liu Jifeng, diretor dos Observatórios Astronômicos Nacionais da China (NAOC), apresenta o projeto Global Open Transient Telescope Array (GOTTA) durante a conferência Astronomy Empowered AI-Science realizada em Hangzhou, província de Zhejiang, leste da China, 7 de abril de 2025. (Xinhua)

O Brasil e a África do Sul se tornaram os mais recentes parceiros internacionais de um projeto revolucionário de telescópios proposto pela China.

O projeto Global Open Transient Telescope Array (GOTTA), uma iniciativa global endossada pela UNESCO e liderada pelos Observatórios Astronômicos Nacionais (NAOC, sigla em inglês) da China, pode acelerar a busca da humanidade para testemunhar e entender os eventos mais cataclísmicos do universo.

O Laboratório Nacional de Astrofísica do Brasil e o Observatório Astronômico da África do Sul anunciaram a participação no projeto durante a Conferência de Astronomia com Inteligência Artificial para Ciência Aberta (AI-Empowered Astronomy for Open Science Conference), que terminou na quarta-feira em Hangzhou, centro tecnológico no leste da China.

O GOTTA implantará uma rede de mais de 100 telescópios ópticos de grande angular em todo o mundo para capturar fenômenos cósmicos fugazes, como supernovas e explosões de raios gama em um estágio inicial crítico - uma janela de ouro para descobertas astronômicas, cuja captura exige observação global coordenada.

Esse projeto promete revolucionar nossa compreensão das forças gravitacionais extremas e da evolução do universo, disse Liu Jifeng, diretor dos NAOC.

As instituições astronômicas do Brasil e da África do Sul, ambas localizadas no Hemisfério Sul, colaborarão com as contrapartes chinesas, como os NAOC e o Laboratório de Zhejiang, para construir telescópios e avançar no desenvolvimento de software, espelhamento de dados e observação.

Até o momento, o projeto GOTTA atraiu a participação de pesquisadores de quase uma dúzia de países, e outros manifestaram interesse em participar.

"A astronomia é uma área maravilhosa para desenvolver as habilidades de inovação e criatividade. Espero colaborar com o Laboratório de Zhejiang em detectores de matéria escura", disse à Xinhua John Baruch, professor da Universidade Leeds Beckett, no Reino Unido, à margem da conferência.

A distinção inovadora do GOTTA está em sua integração de IA, big data e computação distribuída, promovendo a colaboração interdisciplinar para estabelecer uma estrutura global para o compartilhamento de dados, algoritmos e modelos.

A China está trabalhando para promover a cooperação global em IA para pesquisa astronômica.

A conferência foi organizada pelos NAOC e pelo Laboratório de Zhejiang, as duas instituições que desenvolveram o AstroOne, um modelo fundamental de IA para astronomia que agora está aberto a pesquisadores de todo o mundo.

O AstroOne aproveita o conhecimento astrofísico para realizar tarefas avançadas de raciocínio científico e análise de dados. Ele também permite a observação inteligente e coordenada de telescópios por meio de seu sistema de IA incorporado.

A conferência de três dias contou com a participação de mais de 240 especialistas, acadêmicos e jovens pesquisadores de 22 países e regiões, incluindo Espanha, África do Sul, Índia, Reino Unido, Rússia, Chile e Brasil.

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