Após anos de experiência profissional, a brasileira Mariane Natera voltou à vida estudantil, agora na Cidade de Ciência e Tecnologia da Baía de Yazhou, na Província de Hainan, sul da China.
Além de frequentar as aulas, Mariane Natera se dedica semanalmente à aprendizagem do chinês, visita empresas agrícolas de destaque na região e explora pontos turísticos locais. Após cinco meses estudando e vivendo na China, seu fascínio pelo país aumenta diariamente.
Mariane, 29 anos, trabalhou no Brasil por cinco anos. Ao descobrir que a Universidade Agrícola da China (CAU, em inglês) estava oferecendo um programa internacional de MBA na cidade litorânea de Sanya, em Hainan, não perdeu tempo: ela se inscreveu e foi aprovada na entrevista.
"No Brasil, sempre ouvi falar sobre o rápido desenvolvimento da China e quis ver tudo isso com meus próprios olhos", disse ela. "Fiquei ansiosa para fazer parte dessa transformação."
Mariane também tem um objetivo claro: "Quero fortalecer as parcerias entre empresas chinesas e brasileiras para impulsionar o comércio dos nossos produtos".
Em Sanya, a cooperação internacional no setor agrícola tem avançado de forma significativa, atraindo talentos de diversos países, como Mariane, para trabalhar e estudar na cidade. Como uma importante porta de entrada para a abertura da China ao mundo, o Porto de Livre Comércio de Hainan oferece inúmeras oportunidades de crescimento acadêmico e profissional para esses talentos internacionais.
Em 2024, a Universidade Agrícola da China (CAU) lançou seu primeiro programa internacional de MBA, com o objetivo de formar profissionais de alto nível em gestão econômica e comércio agrícola, voltados para a cooperação na Rota da Seda Marítima do Século XXI. A turma inaugural conta com 15 estudantes de oito países, incluindo Brasil, Rússia, Turcomenistão, Quirguistão, Mongólia, Paquistão, Serra Leoa e Uganda.
"Meus professores e colegas têm sido muito apoiadores, tornando minha experiência de estudo bastante enriquecedora", disse Carlos Eduardo de Brito Santos, um estudante brasileiro que também faz parte do programa. "O maior ganho tem sido desenvolver uma mentalidade global, construir uma rede internacional e aprender chinês."
As autoridades da universidade esperam cultivar talentos na área de gestão agrícola, afirmou Zhang Ying, vice-chefe do Instituto Sanya da Universidade Agrícola da China.
Zhang Ying explicou que eles buscam formar profissionais em gestão agrícola que, independentemente de ficarem na China ou retornarem ao Brasil, possam contribuir para o fortalecimento da cooperação econômica e comercial entre os dois países. O intercâmbio de estudantes brasileiros também ajudará a promover o intercâmbio cultural, tornando-os "embaixadores" da amizade entre China e Brasil. A seguir, eles planejam recomendar os estudantes brasileiros para estágios em empresas agrícolas chinesas e no setor de comércio de produtos agrícolas.
"Acredito que a cooperação entre China e Brasil na agricultura tem um grande potencial, pois ambos os países são potências agrícolas com forças complementares", disse a estudante brasileira Tatiane Martins Rosa. "Há um grande potencial para colaboração em áreas como agricultura de precisão, práticas agrícolas sustentáveis e desenvolvimento de tecnologias para facilitar o cotidiano."
"Espero desempenhar um papel importante na facilitação dessa cooperação, compartilhando o conhecimento que adquiri aqui e trabalhando em projetos conjuntos que beneficiem ambos os países", acrescentou.