O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, pediu na terça-feira o revigoramento do verdadeiro multilateralismo e a aceleração dos esforços para construir um sistema de governança global mais justo e equitativo.
Wang, também membro do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da China, fez as observações em seu discurso na reunião de alto nível do Conselho de Segurança da ONU "Praticando o multilateralismo, reformando e melhorando a governança global".
O ano de 2025 marca o 80º aniversário da fundação das Nações Unidas, disse Wang.
Os 80 anos de história falam por si. Diante do cenário internacional turbulento e em mudança, o sistema internacional centrado na ONU fornece salvaguardas importantes para a causa do progresso humano, e a visão do multilateralismo tendo a coordenação e cooperação como suas pedras angulares é a melhor solução para as questões globais, disse ele.
Diante da tendência histórica de futuro compartilhado, nenhum país pode prosperar sozinho, e a cooperação mutuamente benéfica é a escolha certa. Diante do cenário internacional em profunda mudança, o Sul Global deve não apenas alcançar o feito histórico de avançar em conjunto em direção à modernização, mas também permanecer na vanguarda da melhoria do sistema de governança global, acrescentou.
"Em um momento de intensificação da turbulência e da transformação, precisamos, mais do que nunca, nos lembrar da missão fundadora das Nações Unidas, revigorar o verdadeiro multilateralismo e acelerar os esforços para construir um sistema de governança global mais justo e equitativo", disse Wang.
Nesse sentido, Wang fez uma proposta de quatro pontos:
Primeiro, defender a igualdade soberana. No avanço da governança global, todos os países têm o direito de participar como iguais, tomar decisões como iguais e se beneficiar como iguais. É necessário respeitar os caminhos de desenvolvimento escolhidos de forma independente por pessoas de todos os países, defender o princípio da não interferência nos assuntos internos e não impor a própria vontade aos outros.
Segundo, defender a equidade e a justiça. Uma parte crítica da governança global é garantir que a justiça prevaleça. Sob as novas circunstâncias, os assuntos internacionais não devem mais ser monopolizados por um pequeno número de países. A reforma do Conselho de Segurança deve continuar a enfatizar a consulta democrática, aumentar a representação e a voz dos países em desenvolvimento, especialmente os países africanos, e corrigir efetivamente a injustiça histórica.
Terceiro, defender a solidariedade e a coordenação. Promover a cooperação internacional é um propósito importante da Carta da ONU e um caminho seguro para melhorar a governança global. Os países devem comprometer-se com o princípio de ampla consulta e contribuição conjunta para benefício compartilhado, substituir a confrontação pela coordenação, evitar perda-perda por meio da cooperação ganha-ganha e quebrar pequenos círculos com maior solidariedade.
Quarto, defender uma abordagem orientada à ação. A governança global deve ser melhorada, não por meio de palavras, mas por meio de ações. Diante de guerras prolongadas, perda de vidas inocentes e desafios trazidos por novas tecnologias, as agências da ONU devem buscar soluções em vez de entoar slogans.
Sobre a situação no Oriente Médio, Wang disse que é vital defender a solução de dois Estados, promover uma solução abrangente, justa e duradoura da questão palestina e trazer paz e segurança duradouras ao Oriente Médio.
Sobre a crise na Ucrânia, o ministro das Relações Exteriores disse que, desde o início da crise, a China vem pedindo uma solução política e impulsionando negociações de paz, e a China apoia todos os esforços que conduzam à paz.
Observando que a China permaneceu firme em fazer sua contribuição para a governança global, Wang disse que uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade, a Iniciativa de Desenvolvimento Global, a Iniciativa de Segurança Global e a Iniciativa de Civilização Global representam a proposta da China para a reforma e a melhoria da governança global.
Enfatizando que a China busca a paz e a segurança, promove o desenvolvimento comum, defende a abertura e a inclusão e insiste na cooperação multilateral na governança global, Wang disse que a China, como membro fundador das Nações Unidas, assume a liderança na prática do verdadeiro multilateralismo.
A China é membro de quase todas as organizações intergovernamentais universais e parte de mais de 600 convenções internacionais e suas emendas, disse Wang, acrescentando que a China apoia as Nações Unidas no desempenho de um papel central nos assuntos internacionais e dá contribuições contínuas para a causa da ONU.
Com as Nações Unidas prestes a entrar em seus próximos 80 anos, a China está pronta para trabalhar com todas as partes para extrair sabedoria da história, abrir uma nova era para o multilateralismo e tornar a governança global mais justa e equitativa, disse Wang.