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Motos e bicicletas elétricas da China conquistam mercado internacional

Fonte: Diário do Povo Online    18.02.2025 10h20

As bicicletas e motos elétricas se tornaram um meio de transporte essencial para deslocamentos curtos na China, devido à sua conveniência e sustentabilidade ambiental. Não foram apenas os chineses a aderir a essa tendência – muitos estrangeiros também foram conquistados. Segundo a Administração Geral das Alfândegas da China, em 2024, as exportações de motos e bicicletas elétricas chinesas ultrapassaram, pela primeira vez, a marca dos 40 bilhões de yuans.

No entanto, problemas relacionados à qualidade da produção colocaram desafios à indústria. Durante um tempo, as baterias das motos elétricas apresentaram uma elevada taxa de reprovação em inspeções de qualidade. O uso inadequado por parte de alguns consumidores – como carregar as baterias dentro de casa ou modificar ilegalmente os parâmetros técnicos – resultou em incêndios e acidentes de trânsito.

Aprendendo com essas dificuldades, a China iniciou, em 2024, uma reestruturação completa do setor de motos e bicicletas elétricas.

Com a implementação de um novo padrão nacional, melhorias nos sistemas de supervisão de segurança e a construção de estações de carregamento ao ar livre, os resultados foram imediatos: as perdas relacionadas a acidentes desse tipo caíram 90% em relação ao ano anterior.

O setor, agora renovado, entrou em uma trajetória de crescimento mais saudável, com avanços rápidos em inovação, maior aposta no segmento premium e na digitalização. Muitas motos elétricas já integram tecnologias avançadas, como navegação via satélite Beidou e novos materiais retardantes de chama, aumentando significativamente sua confiabilidade.

Graças a uma cadeia industrial completa e consolidada, as motos e bicicletas elétricas chinesas possuem uma grande vantagem competitiva no mercado internacional.

Nos Estados Unidos, mais de 85% das bicicletas elétricas têm alguma ligação com fabricantes chineses. No Reino Unido, com a remoção de tarifas, os consumidores podem agora comprar modelos chineses de alta qualidade a preços acessíveis, economizando até 200 libras por unidade.

No Vietnã, o quarto maior mercado de motos do mundo, as marcas japonesas dominaram o setor por décadas. Os modelos a combustão são vendidos por milhares de dólares, e os proprietários ainda enfrentam altos custos com combustível. No entanto, com a chegada das motos elétricas chinesas, oferecendo uma excelente relação custo-benefício, o cenário mudou rapidamente. A Yadea, uma das principais fabricantes chinesas, viu suas vendas anuais no país crescerem 36%.

O sucesso das motos elétricas chinesas também se reflete no vasto continente africano.

Nos últimos anos, vários países africanos têm impulsionado a adoção de motos elétricas como parte da Iniciativa Cinturão e Rota. A indústria chinesa tem desempenhado um papel fundamental nesse processo.

Em 2023, a empresa africana de veículos elétricos Spiro firmou um acordo estratégico com fabricantes chineses, planejando vender 500 mil motos elétricas nos próximos cinco anos, abrangendo mercados emergentes como Quênia e Uganda.

Com o apoio dos parceiros chineses, a Spiro rapidamente se tornou a maior fabricante de veículos elétricos da África e foi incluída na lista das 100 empresas mais influentes do mundo da revista Time em 2024.

O jornal The Guardian, da Tanzânia, elogiou as empresas chinesas pelo seu know-how tecnológico e pela oferta de produtos acessíveis e de alta qualidade, destacando sua contribuição extraordinária para a "revolução verde" no setor de transportes africanos.

De acordo com previsões de institutos de pesquisa, a demanda global por motocicletas elétricas deverá alcançar 46,3 milhões de unidades em 2026, com um mercado que poderá ultrapassar os 44 bilhões de dólares até 2029.

Uma nova e promissora estrada se abre diante das motos e bicicletas elétricas chinesas, à medida que conquistam o cenário internacional.

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