A China espera que todas as partes relevantes e envolvidos na crise da Ucrânia possam participar do processo de negociações de paz em um momento apropriado e busquem uma resolução política por meio do diálogo e consulta, disse o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, na última sexta-feira.
Wang, também membro do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da China, fez as observações ao responder perguntas após seu discurso principal na sessão "China no Mundo" da Conferência de Segurança de Munique.
Com relação à posição da China em resolver a crise da Ucrânia, Wang disse que a China vem consistentemente defendendo a resolução de disputas e conflitos globais por meio do diálogo, consulta e meios políticos, o que se aplica igualmente à questão da Ucrânia.
A China não criou a crise da Ucrânia, nem faz parte da crise, mas a China não ficou indiferente nem tirou vantagem dela, disse Wang, acrescentando que, a partir do dia seguinte ao início da crise, a China tem pedido uma resolução por meio do diálogo e da consulta.
Wang disse que a China sempre foi guiada pelos quatro pontos sobre o que deve ser feito apresentados pelo presidente Xi Jinping, que se destacam como a mais expressiva e oficial articulação da posição da China, nomeadamente: a soberania e a integridade territorial de todos os países devem ser respeitadas; os propósitos e princípios da Carta da ONU, observados; as preocupações legítimas de segurança de todos os países devem ser devidamente consideradas e todos os esforços conducentes à resolução pacífica da crise apoiados.
Guiada por esses princípios, a China se envolveu ativamente na mediação diplomática e, junto com o Brasil e outros países do Sul Global, lançou a plataforma "Amigos da Paz", disse Wang.
A situação em evolução provou que a proposta da China é objetiva, justa, racional e pragmática, refletindo o amplo consenso da comunidade internacional, observou Wang.
Ressaltando que a resolução final de qualquer conflito reside na mesa de negociações e que a história, sem dúvida, proporcionará um resultado justo, Wang disse que a China dá boas-vindas para todos os esforços dedicados à paz, incluindo o recente consenso sobre as negociações de paz alcançado pelos Estados Unidos e pela Rússia.
Observando que o conflito está se desenrolando em solo europeu, Wang disse que é fundamental que a Europa trabalhe pela paz, abordando em conjunto as causas profundas da crise e encontrando uma estrutura de segurança equilibrada, eficaz e sustentável para uma estabilidade duradoura na região.