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FMI atualiza projeções para crescimento da China

Fonte: Diário do Povo Online    20.01.2025 09h46

O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou as projeções de crescimento da China para 4,6% em 2025 e para 4,5% em 2026, citando o desempenho do ano passado e um aumento esperado na atividade econômica após uma antecipada flexibilização da incerteza da política comercial global.

Em sua última atualização das Perspectivas Econômicas Mundiais divulgada na sexta-feira (17), o FMI também alertou sobre potenciais novas ondas de tarifas, que, segundo ele, prejudicam o crescimento no curto e médio prazo em todas as economias "em vários graus".

Para o crescimento da China neste ano, o FMI revisou a taxa para cima em 0,1% em relação à previsão de outubro.

"Esta revisão reflete a transferência de 2024 e o pacote fiscal anunciado em novembro, compensando amplamente o efeito negativo sobre o investimento da maior incerteza da política comercial e do arrasto do mercado imobiliário", disse o FMI em seu comunicado.

Em 2024, o produto interno bruto da China cresceu anualmente 5%, anunciou o Departamento Nacional de Estatísticas da China no mesmo dia.

Pierre-Olivier Gourinchas, economista-chefe e diretor do Departamento de Pesquisa do FMI, observou que a elevada incerteza comercial e política está contribuindo para a demanda "anêmica" em muitos países, mas a atividade econômica provavelmente aumentará à medida que essa incerteza diminuir.

"Isso inclui a China, onde agora projetamos um crescimento anual de 4,5% para o próximo ano, um aumento de 0,4% em relação à nossa previsão anterior", disse Gourinchas em um blog publicado no lançamento da atualização de perspectiva de janeiro.

Segundo as projeções do FMI, o crescimento da China em 2026 permanecerá estável nessa taxa, à medida que os efeitos da incerteza da política comercial se dissiparem e o aumento da idade de aposentadoria desacelerar o declínio na oferta de mão de obra.

Ao preparar a atualização trimestral, a equipe do FMI incorporou os desenvolvimentos recentes do mercado e o impacto da maior incerteza da política comercial, que se presume ser temporária, com os efeitos se desfazendo após cerca de um ano, de acordo com o relatório.

Globalmente, o crescimento é projetado em 3,3% neste ano e no próximo, abaixo da média histórica (2000-19) de 3,7% e praticamente inalterado desde outubro.

O relatório de atualização do FMI, intitulado Crescimento Global: Divergente e Incerto, destaca o papel e os efeitos da incerteza da política econômica na economia mundial, com a palavra "incerteza" aparecendo 27 vezes.

O relatório do FMI observou que, no médio prazo, o equilíbrio dos riscos para a perspectiva está inclinado para o lado negativo, com o crescimento global esperado para ser menor do que sua média de 2025-26 e as previsões de cinco anos à frente em cerca de 3%.

No curto prazo, os EUA enfrentam riscos de alta, enquanto os riscos de baixa prevalecem na maioria das outras economias devido à elevada incerteza política e ajustes em andamento, apontou o relatório.

O credor global alertou que a incerteza política aumentou acentuadamente, especialmente nas frentes comercial e fiscal, e as expectativas de mudanças políticas sob governos recém-eleitos em 2024 moldaram os preços do mercado financeiro nos últimos meses.

O FMI revisou as estimativas do volume de comércio mundial ligeiramente para baixo para 2025 e 2026, também devido ao forte aumento na incerteza da política comercial, que, segundo ele, provavelmente prejudicará o investimento desproporcionalmente entre empresas intensivas em comércio.

Gourinchas detacou a necessidade de "esforços adicionais" para "fortalecer e melhorar nossas instituições multilaterais para ajudar a desbloquear uma economia global mais rica, resiliente e sustentável".

"Políticas unilaterais que distorcem a concorrência — como tarifas, barreiras não tarifárias ou subsídios — raramente melhoram as perspectivas domésticas de forma duradoura. É improvável que elas melhorem os desequilíbrios externos e podem, em vez disso, prejudicar os parceiros comerciais, estimular retaliações e deixar todos os países em pior situação", avaliou ele.

Em seu relatório, o FMI observou que uma intensificação de políticas protecionistas, por exemplo, na forma de uma nova onda de tarifas, pode piorar as tensões comerciais, dificultar o investimento, reduzir a eficiência, interromper o comércio e as cadeias de suprimentos.

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