O Brasil assumiu a presidência rotativa do BRICS na quarta-feira, dia 1 de janeiro, com uma agenda baseada na cooperação entre o Sul Global, na discussão sobre governança em nível internacional e em iniciativas como o desenvolvimento de métodos de pagamento para o comércio entre membros do grupo, informou o governo em comunicado
"O grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, bem como outros membros recentemente admitidos - Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã - representa um dos principais fóruns de articulação político-diplomática entre os países do Sul Global, com foco na cooperação em diversas áreas", diz o comunicado da presidência brasileira.
A presidência brasileira deve cumprir a agenda dos grupos de trabalho sobre diversos temas antes da cúpula presidencial do BRICS, marcada para julho, no Rio de Janeiro.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocou como lema do mandato brasileiro "Fortalecer a cooperação do Sul Global para uma governança mais inclusiva e sustentável".
A presidência brasileira atuará em dois eixos principais: Cooperação Global do Sul e Reforma da Governança Global, diz a nota oficial.
Segundo o governo, a agenda terá prioridades como o desenvolvimento de métodos de pagamento para a facilitação do comércio e do investimento entre os países do grupo e a promoção de uma governança inclusiva e responsável da Inteligência Artificial para o desenvolvimento.
Outra prioridade será promover projetos de cooperação entre o Sul Global, com foco na saúde pública e fortalecer institucionalmente os Brics.
O governo brasileiro também pretende discutir uma "melhoria das estruturas de financiamento para enfrentar as mudanças climáticas, em diálogo com a COP 30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas 2025)", que acontecerá em novembro na cidade amazônica brasileira de Belém, estado do Pará, norte do país.
"Se quisermos construir um mundo melhor, um mundo sustentável, os Brics têm que fazer parte dessa construção. E é importante que haja um entendimento entre esses países, porque esse entendimento ajuda a chegar a um entendimento mais amplo com outras nações, disse o embaixador Eduardo Saboia, responsável pela coordenação dos trabalhos.
A presidência brasileira, que irá até 31 de dezembro, programou mais de 100 reuniões de trabalho entre fevereiro e julho, em Brasília, em preparação para a cúpula presidencial de julho.
