O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, e o ministro japonês das Relações Exteriores, Takeshi Iwaya, conversaram em Beijing nesta quarta-feira, chegando a um acordo sobre a promoção de intercâmbios interpessoais entre os dois países.
Observando que a importância dos laços entre a China e o Japão vai além dos bilaterais, Wang, também membro do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da China, disse que a Ásia será mais estável quando as relações entre a China e o Japão forem estáveis, de modo que a região possa desempenhar um papel mais importante no mundo.
Wang expressou a esperança de que o Japão trabalhe com a China para manter a orientação correta da relação estratégica de benefício mútuo, respeitar o importante consenso de que "os dois países são parceiros cooperativos, não uma ameaça um para o outro" e, em conjunto, promover o desenvolvimento sólido e estável das relações bilaterais.
Wang disse que o Japão deve calibrar sua percepção estratégica, ver o desenvolvimento da China de forma objetiva e com boa vontade, e seguir uma política positiva em relação à China.
O Japão deve honrar suas promessas em relação aos principais assuntos sensíveis, como a história e Taiwan, disse Wang, solicitando aos dois lados que fortaleçam a comunicação e o diálogo, continuem a realizar intercâmbios em todos os níveis e por meio de todos os canais, aumentem o entendimento e a confiança mútuos e explorem o potencial de cooperação em campos emergentes.
A China e o Japão também devem fortalecer os intercâmbios interpessoais, consolidar o apoio público à amizade China-Japão e lidar adequadamente com disputas e diferenças, acrescentou Wang.
Iwaya disse que o Japão está disposto a aumentar a confiança mútua, a coordenação e a cooperação com a China, aumentar a agenda positiva nas relações bilaterais e reduzir questões pendentes.
O Japão segue os princípios da Declaração Conjunta Japão-China, disse Iwaya, observando que, quanto aos assuntos históricos, o Japão expressa uma profunda introspecção e defende o pedido de desculpas emitido pelo então primeiro-ministro Tomiichi Murayama em uma declaração em 1995.
Iwaya assinalou que há um enorme potencial de cooperação prática entre o Japão e a China, e o Japão está disposto a trabalhar de forma conjunta para alcançar mais resultados tangíveis e beneficiar melhor os povos dos dois países.
O Japão flexibilizará ainda mais sua política de vistos e facilitará o intercâmbio de pessoal entre os dois lados, acrescentou Iwaya.
Wang reiterou a oposição da China à descarga oceânica das águas contaminadas da usina nuclear de Fukushima pelo Japão, enfatizando que o Japão deve cumprir suas obrigações internacionais e compromissos com a China, estabelecer um mecanismo de monitoramento internacional de longo prazo e permitir que a China faça amostragens e testes de forma independente.