Timothy Simpson nunca imaginou que sua estadia em Macau se tornaria tão longa.
Ele chegou em 2001, pensando nisso como um bom trampolim para uma aventura maior na Ásia. Duas décadas depois, o americano do Alabama está firmemente enraizado na cidade que se tornou seu lar.
"Cheguei a Macau 18 meses após seu retorno à China, em 1999", relembra Simpson os dias em que assumiu um emprego na Universidade de Macau (UM). "Pensei que ficaria apenas alguns anos."
Mas a vida tinha outros planos.
A energia e o crescimento da cidade, as oportunidades de expansão da universidade e a mistura cultural única o mantiveram aqui por muito mais tempo do que pretendia.
Simpson, agora professor associado em comunicações na UM, passou grande parte de sua carreira dando aulas e conduzindo pesquisas em Macau, com foco em tópicos como mídia, cultura, comunicação e indústria de jogos de azar.
Quando ele chegou, a universidade estava localizada em seu antigo campus, um espaço modesto comparado às instalações modernas e amplas que a UM ocupa hoje.
"Eu testemunhei o crescimento da universidade em primeira mão", diz Simpson. Ele viu a universidade evoluir ao longo dos anos, com padrões acadêmicos crescentes e um fluxo de alunos talentosos de Macau e da parte continental.
"Os alunos são incríveis, brilhantes e motivados", avaliou Simpson. "Na verdade, eles melhoraram drasticamente nas últimas duas décadas. Hoje, ser admitido na universidade é uma competição muito acirrada."
Os laços de Simpson com Macau vão além de sua função profissional na UM. Ele conheceu sua esposa por meio da comunidade tailandesa em Macau, e ele acredita essa conexão pessoal como uma das principais razões para fazer da cidade seu lar.
Como expatriado, a experiência de Simpson de viver em Macau foi moldada pela mistura única de culturas da cidade. Séculos de influência portuguesa deixaram sua marca, resultando em uma vibrante atmosfera multicultural que Simpson passou a valorizar.
O Festival da Lusofonia, um evento anual que celebra as culturas de língua portuguesa, é uma das muitas expressões da identidade multicultural de Macau que Simpson aprecia. O festival apresenta música, dança e comida de países tão diversos quanto Portugal, Brasil, Angola e Moçambique.
"São momentos como esses que me dão uma sensação real e vibrante de quão diversa Macau ainda é hoje", diz Simpson. Para ele, a diversidade de Macau não está apenas em sua história -- ela está viva no presente, nas pessoas e tradições celebradas todos os dias.
Em Macau, Simpson escolheu não morar perto da universidade, mas no centro histórico da cidade, perto da Praça do Senado, uma das áreas turísticas mais populares. "Às vezes é difícil navegar pelo grande número de visitantes, mas esses turistas contribuíram para o desenvolvimento de Macau nos últimos 20 anos."
Apesar de suas raízes crescentes, aprender as línguas locais tem sido um desafio.
"O maior fracasso da minha vida é que não falo chinês fluentemente", ele admite. "Eu tive aulas de mandarim e cantonês ao longo dos anos, mas ainda tenho dificuldades."
O inglês é amplamente falado em Macau, especialmente entre as gerações mais jovens, o que tornou mais fácil para Simpson navegar em sua vida diária.
Apesar dos desafios, o relacionamento de Simpson com a cidade só se aprofundou ao longo do tempo.
"O crescimento de Macau tem sido surpreendente", diz Simpson. "Acontece que eu morei aqui durante essa transformação massiva da cidade, da economia e da população. É um lugar que está constantemente mudando, constantemente se expandindo."
O horizonte da cidade agora explodiu com complexos de resorts imponentes, e Simpson observou uma mudança gradual, mas significativa, na economia. À medida que o governo busca equilibrar a indústria de jogos de azar com outros setores emergentes, Macau está navegando em seu caminho em direção à diversificação.
"É um grande experimento", comentou Simpson, observando que provavelmente definirá a trajetória futura da cidade. "O que é realmente fascinante é observar como as políticas e estratégias se desenrolam e ver como esses esforços podem criar motores econômicos alternativos para a cidade."
A experiência de Simpson como expatriado também moldou sua filosofia de ensino. Com base em suas próprias experiências navegando pelas diferenças culturais na Ásia, ele ensina os alunos sobre as complexidades da comunicação intercultural.
"Costumo compartilhar meus erros com os alunos", explica o professor, observando que isso os ajuda a entender as realidades da adaptação a novas culturas, seja em Macau ou em outro lugar.
Para Simpson, o que começou como uma temporada temporária floresceu em uma vida única em Macau.
Ao olhar para o futuro, Simpson não tem planos de sair. "Fiz de Macau meu lar. Foi onde construí minha vida, minha carreira e minha família. Pretendo ficar aqui até me aposentar."