Modelo do jato comercial E190-E2, da Embraer, em exibição no Centro Internacional de Conferências e Exposições de Xiamen, na província de Fujian, em 8 de setembro. (Foto: Zhang Bin, China News Service)
Quando as pessoas falam sobre o Brasil, a primeira coisa que vem à mente é, muitas vezes, a paixão do país pelo samba e futebol, sua vasta floresta tropical e rica variedade de recursos naturais.
O Brasil é, todavia, também o lar da fabricante de aeronaves Embraer, muitas vezes aclamada como a joia da coroa da indústria brasileira. Esta empresa está de olho no mercado de aviação regional em rápido crescimento nas cidades de menor dimensão da China para impulsionar ainda mais seu crescimento.
Nos próximos 20 anos, a China deverá demonstrar uma demanda de 1.630 aeronaves com 150 assentos ou menos, de acordo com a última perspectiva de mercado divulgada pela Embraer durante a recém-concluída 15ª Exposição Internacional Aeroespacial e de Aviação da China, em Zhuhai, na província de Guangdong.
"Para a China, construir um sistema de transporte aéreo que conecte rotas regionais e centros urbanos e remotos requer a introdução de aeronaves do tamanho certo para otimizar a estrutura da rede. Aviões menores são essenciais para estabelecer conectividade de rede em uma escala maior", disse Martyn Holmes, diretor comercial da Embraer Commercial Aviation, em Zhuhai, durante o show aéreo.
"A capacidade dos hubs regionais de fornecer voos de alta frequência conectando mais cidades e melhorar a qualidade do serviço atrairá um número maior de passageiros", disse Holmes.
Atualmente, a fabricante brasileira opera cerca de 80 aeronaves na China. Essas aeronaves conectam aeroportos de pequeno e médio porte, facilitando as viagens no mercado regional.
Um número crescente de aeroportos regionais em cidades chinesas de segundo e terceiro escalão está registrando mais tráfego de passageiros, com o fluxo anual de passageiros atingindo recordes históricos no ano passado.
Em 2023, o fluxo anual de passageiros do Aeroporto Xiliinhot, um aeroporto na região autônoma da Mongólia Interior, foi de mais de 1 milhão. Por seu turno, o fluxo de passageiros no Aeroporto Altay Xuedu, um aeroporto regional na região autônoma de Xinjiang Uygur, ultrapassou os 500.000, segundo dados dos aeroportos.
"Comparado com a Europa e os Estados Unidos, o número de companhias aéreas chinesas que se concentram em desenvolver negócios no mercado regional não é muito, e muitas transportadoras competem nos mercados regionais", disse Li Guijin, professor do Instituto de Gestão da Aviação Civil da China, em Beijing.
Até 2035, espera-se que a China se torne líder de aviação civil, e que cerca de 1,5 bilhão de viagens de passageiros sejam realizadas anualmente, segundo a Administração de Aviação Civil da China.
Apesar da China e do Brasil estarem localizados em extremos opostos do planeta, os dois países têm desfrutado de trocas amigáveis por meio século, desde que estabeleceram relações diplomáticas em 1974.
De volta ao ano de 2000, o mercado de aviação civil da China começou a se desenvolver rapidamente, e várias companhias aéreas nacionais viram o potencial do mercado de aviação regional e começaram a introduzir aeronaves regionais.
Em 2000, a Sichuan Airlines assinou um pedido com a Embraer para cinco jatos regionais ERJ145. Foi a primeira companhia aérea na China e na região da Ásia-Pacífico a operar esse modelo de aeronave.
Em 2003, a Embraer e uma empresa chinesa estabeleceram em conjunto uma unidade para fabricar o ERJ145 na China, e foi a primeira vez que a China firmou uma joint venture com um fabricante estrangeiro de aeronaves civis para produzir aviões.
A cooperação entre a China e o Brasil foi referida como um modelo de cooperação Sul-Sul no campo da fabricação de ponta, disse a Embraer.