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Empresas latino-americanas fortalecem presença na China com inovação e diversificação

Fonte: Xinhua    14.11.2024 09h07

Minha primeira experiência na Exposição Internacional de Importação da China (CIIE) em Shanghai foi mais notável do que o esperado. A energia que encheu as salas de exposição era palpável, destacando os extensos intercâmbios comerciais e culturais.

O evento, uma das exposições comerciais mais influentes do mundo, marcou sua sétima edição de 5 a 10 de novembro sob o tema "Nova Era, Futuro Compartilhado", ilustrando a visão da China para seu papel no cenário global.

A América Latina se destacou como um participante importante, demonstrando sua forte parceria com a China, evidente por meio dos pavilhões nacionais, estandes de empresas e organizações representadas.

AVANÇO TECNOLÓGICO

Entre os expositores latino-americanos, havia vários que fizeram inovações no setor agrícola. Um excelente exemplo é a Nogyo, uma startup de Rosário, Argentina. A empresa aproveita a tecnologia de satélite para coletar dados agrícolas precisos, aumentando assim a produção agrícola.

Os dados fornecidos pelos agricultores treinam um algoritmo que incorpora informações meteorológicas para melhorar as previsões de rendimento, disse Pablo César Arcamone, cofundador da Nogyo.

Ele acrescentou que outras empresas podem usar os dados para oferecer sementes, fertilizantes, agroquímicos e outros serviços personalizados aos agricultores. Em uma segunda fase, o sistema de algoritmos aumenta a capacidade de crédito, que pode ser acessada por meio de outra plataforma chamada Farm Capital, fornecendo uma pontuação de crédito para aumentar a visibilidade para bancos e fundos de investimento.

A empresa brasileira Solinftec também chamou a atenção na exposição com seu inovador robô Solix, capaz de realizar operações de campo em áreas de cultivo de soja, milho, trigo e cana-de-açúcar. O robô movido a energia solar possui várias funções, incluindo mapeamento de campo, aplicação direcionada de pesticidas, controle de pragas e coleta de dados de culturas.

A empresa abriu um escritório em Shenzhen, o centro tecnológico da China, observou Natália Machado, gerente de desenvolvimento de negócios globais da Solinftec.

Richard Leite, gerente de produção e qualidade da Solinftec, disse que a empresa está colaborando com a Universidade de Shanghai no desenvolvimento de tecnologia de sensores ópticos e com a Universidade de Shandong em inteligência artificial. Os resultados de pesquisa e desenvolvimento serão aplicados à próxima geração de robôs Solix.

A empresa unicórnio uruguaia dLocal também se destacou na exposição, especializada em pagamentos digitais.

Agustín Brignoni, chefe de operações da dLocal para a região Ásia-Pacífico, disse que o mercado chinês é essencial para a empresa. "A velocidade é tudo na China, onde novas ideias e inovações estão surgindo constantemente. É como ter um vislumbre do futuro com antecedência."

ALIMENTOS DE QUALIDADE

Na exposição, a área de exibição de alimentos e produtos agrícolas foi aclamada como a seção mais perfumada, uma visão que se alinhava com minhas observações. A exposição ofereceu aos agricultores da América Latina oportunidades do outro lado do oceano.

O catálogo de produtos agrícolas da América Latina vem evoluindo para incluir produtos mais específicos com maior valor agregado. A carne bovina argentina serviu como representante dessa tendência.

"A CIIE se tornou uma das exposições mais importantes para a carne bovina argentina, ajudando nossas empresas a manter e estabelecer novos contatos comerciais", disse Sergio Gustavo Rey, chefe de promoção externa do Instituto de Promoção da Carne Bovina Argentina.

"O mercado chinês também impulsionou nossa adoção de tecnologia em fábricas de processamento, embalagem e transporte logístico", acrescentou.

O Chile celebrou um acordo na CIIE entre o produtor local de cerejas Garces Fruit e a Freshippo, a cadeia de alimentos frescos do Alibaba. Esse acordo fez com que a Freshippo estabelecesse uma fábrica no Chile.

Esses acordos garantem o fornecimento, a qualidade e a distribuição das cerejas chilenas na China, disse Alberto A. Cañas, comissário de comércio do ProChile.

A produtora colombiana de chocolate Lök Foods também atraiu bastante atenção na exposição, com seu estande lotado de visitantes.

"A participação na exposição nos proporcionou uma compreensão mais profunda das necessidades dos consumidores chineses e nos trouxe novas oportunidades de mercado", disse María Carolina Angulo, CEO e cofundadora da Lök Foods.

Notavelmente, nos primeiros 10 meses do ano, cerca de 178.000 empresas chinesas estavam envolvidas no comércio com a América Latina, um aumento de 6,9% em relação ao ano anterior, enquanto o comércio China-América Latina cresceu 9,1%.

O progresso testemunhado na sétima CIIE ressaltou não apenas o objetivo dos países latino-americanos de aumentar as exportações, mas também enfatizou o papel da China na promoção de uma cooperação ampla, aberta e de alta qualidade, baseada em criatividade e inovação.

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