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G20 Social vai propor que os mais ricos do mundo sejam tributados em 2%

Fonte: Xinhua    09.11.2024 23h25

Rio de Janeiro, 8 nov (Xinhua) -- O G20 Social, cúpula que precederá a reunião do G20 no Rio de Janeiro, proporá em seu texto final um imposto global sobre os super-ricos de 2%, o que afetaria apenas cerca de 3.000 bilionários em todo o planeta que possuem cerca de US$15 trilhões em ativos, conforme anunciou hoje o governo brasileiro.

Em entrevista concedida ao programa 'Bom dia, Ministro', o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, explicou que, pela proposta, a renda seria usada para combater a fome e a pobreza e também para enfrentar as mudanças do clima.

Macêdo destacou a importância da participação da sociedade civil nos debates da cúpula do G20, que será realizada nos dias 18 e 19 deste mês, no Rio de Janeiro, e ressaltou que a decisão do Brasil de criar uma terceira via para o grupo, o G20 Social, é uma forma de ouvir os anseios da sociedade sobre os temas debatidos por chefes de estado, ministros e outras autoridades.

"Os chefes de Estado vão definir políticas públicas que vão afetar todas as populações do mundo e a população não participa neste processo?", questionou Macêdo. "Então o G20 Social diz: venha, para que a população possa contribuir com esse processo", acrescentou.

O G20 Social foi criado por decisão do Brasil, que detém a presidência rotativa do grupo. A Cúpula Social do G20 será realizada de 14 a 16 de novembro no Rio de Janeiro e antecede o encontro dos líderes das maiores economias do mundo, que acontecerá nos dias 18 e 19. A intenção é aumentar a participação dos atores não governamentais nas atividades e processos de tomada de decisão do grupo.

"O presidente Lula está convocando o povo a participar desse processo. A grande imagem do G20 será a participação social. Será um ambiente muito rico de pluralidade", afirmou o ministro.

Segundo Macêdo, os debates girarão em torno de três grandes temas: o combate à fome, à pobreza e à desigualdade; o desenvolvimento sustentável (incluindo o debate sobre as alterações climáticas e uma transição energética justa) e a reforma da governança global.

Estão previstas mais de 200 atividades autogeridas que reunirão as diferentes vozes, lutas e demandas das populações e dos atores não governamentais. Além disso, haverá um espaço no qual 150 barracas farão parte da programação com produtos como alimentação, artesanato, publicações e serviços.

Segundo o ministro, as contribuições da sociedade civil formarão um documento síntese a ser entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o levará à reunião do G20 com líderes mundiais.

"Ao final haverá um documento síntese com a visão do povo e do movimento social organizado que será entregue ao presidente Lula e depois enviado aos chefes de estado do G20 sobre os temas propostos no G20", explicou, destacando que a intenção é que essas contribuições sejam incorporadas à Declaração dos Líderes da Cúpula.

Durante a entrevista, Macêdo revelou ainda que o G20 Social permanecerá na próxima cúpula do grupo, que acontecerá na África do Sul em 2025. "Nosso desejo, nossa esperança é que o G20 não se repita sem a participação do povo", concluiu.

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