A China iniciou uma cooperação com os países participantes da Iniciativa Cinturão e Rota no combate às principais pragas e doenças transfronteiriças de culturas, como a lagarta-do-cartucho (FAW, do inglês), compartilhando sua experiência, tecnologias e produtos com os países do Sudeste Asiático e da África, de modo a aumentar as capacidade deles de responder às principais ameaças de biossegurança e estabelecer barreiras de defesa contra elas.
Uma reunião de demonstração de campo foi realizada na segunda e terça-feira passadas pelo Instituto de Proteção de Plantas da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas (CAAS, sigla em inglês) no distrito de Jiangcheng, cidade de Pu'er, na Província de Yunnan, sudoeste da China, para mostrar o progresso da tecnologia de prevenção e controle para as principais pragas e doenças das culturas nas regiões fronteiriças entre a China, o Vietnã e o Laos.
Yang Zhenhai, chefe do Partido na CAAS, indicou que a academia promoverá a aplicação de novas tecnologias verdes de controle de pragas e doenças nos países parceiros do Cinturão e Rota e aumentará a inovação tecnológica na prevenção e no controle de pragas e doenças transfronteiriças.
Xia Jingyuan, assessor especial do diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, do inglês), declarou que as pragas e doenças das culturas são grandes desastres biológicos com um impacto significativo na segurança alimentar global, causando uma perda de 40% na produção agrícola a cada ano, o que equivale a aproximadamente US$ 220 bilhões.
A FAW, originária das Américas, se espalhou e proliferou rapidamente por todos os continentes africano e asiático, bem como pelas nações insulares do Pacífico Sul, em apenas cinco anos desde sua primeira invasão relatada na Nigéria em 2016, representando uma grave ameaça à segurança alimentar global, lembrou Xia.
O Instituto de Proteção de Plantas da CAAS cooperou com as principais instituições de pesquisa de proteção de plantas da China para combater a FAW invasiva. Foram feitas conquistas significativas em termos de alerta precoce, monitoramento, previsão e controle abrangente das pragas. O instituto também apoiou a Ação Global da FAO sobre o controle de FAW e implementou o projeto de cooperação Sul-Sul FAO-China na África e no Sudeste Asiático. A experiência bem-sucedida da China foi amplamente promovida em países relevantes, produzindo bons resultados e recebendo muitos elogios desses países, mencionou Xia.
Cientistas chineses descobriram a invasão inicial da FAW na China em dezembro de 2018. Eles identificaram padrões de migração sazonal da praga nas regiões de fronteira entre a China e Mianmar, Laos e Vietnã. Utilizando tecnologia da informação e tecnologia de visão computacional, os cientistas desenvolveram sistemas para identificação automática, monitoramento dinâmico e alerta precoce preciso das pragas, de acordo com o instituto.
Por meio de um gerenciamento eficaz, a área média anual de ocorrência de FAW na China foi reduzida em cerca de 5,33 milhões de hectares em comparação com a expectativa, evitando uma perda anual de 5 bilhões a 6 bilhões de kg na produção de milho, informou o instituto. A FAO recomendou a experiência e as práticas chinesas para o gerenciamento da FAW em nível global, contribuindo com uma solução chinesa para o gerenciamento sustentável da FAW em todo o mundo.