Os líderes do BRICS emitiram uma declaração conjunta cobrindo uma ampla gama de questões, desde a reforma das Nações Unidas (ONU) até os conflitos globais em andamento, após a cúpula da associação que ocorreu na quarta-feira (23) em Kazan.
A declaração incluiu 134 disposições no total, uma das quais abordou a reforma da ONU.
"Reafirmamos nosso apoio a uma reforma abrangente da ONU, incluindo seu Conselho de Segurança, com vistas a torná-la mais democrática, representativa, eficaz e eficiente", dizia o documento. Isso envolve expandir a representação de países em desenvolvimento para melhor responder aos desafios globais.
Além disso, os líderes reiteraram sua condenação absoluta do terrorismo em todas as suas formas e pediram a pronta adoção da Convenção Abrangente sobre Terrorismo Internacional dentro da ONU.
Juntamente com as reformas essenciais, os membros do BRICS pediram que a ONU desempenhasse um papel importante na governança global da inteligência artificial.
A declaração também se concentrou em conflitos globais, incluindo aqueles no Oriente Médio e na Ucrânia.
"Continuamos preocupados com o aumento da violência e os conflitos armados contínuos em diferentes partes do mundo", dizia a declaração. Os líderes do BRICS reafirmaram seu compromisso de resolver disputas pacificamente por meio da diplomacia.
Os líderes expressaram profunda preocupação com as tensões em andamento na Faixa de Gaza e pediram um cessar-fogo imediato e a interrupção de todas as hostilidades.
Os líderes notaram a importância do estabelecimento de um Estado soberano e independente da Palestina dentro das fronteiras internacionalmente reconhecidas de junho de 1967 e expressaram apoio à filiação plena da Palestina à ONU.
Além disso, os Estados-membros relembraram as posições nacionais sobre a crise ucraniana e "notaram com apreço propostas relevantes" visando uma solução pacífica do conflito através da diplomacia.
Os líderes do BRICS também expressaram grande preocupação com o impacto prejudicial das sanções unilaterais ilegais na economia global, observando que elas afetam negativamente o crescimento econômico, a energia, a segurança alimentar e exacerbam a pobreza.
Os membros do BRICS enfatizaram a necessidade de evitar uma corrida armamentista no espaço e pediram a criação de um documento que garanta a segurança espacial.
As disposições incluíam várias iniciativas econômicas projetadas para fortalecer o papel dos países em desenvolvimento na economia global e promover condições equitativas para todos.
Os membros do BRICS pediram a reforma das instituições de Bretton Woods para aumentar a contribuição dos países em desenvolvimento para a economia global.
A declaração saudou o estabelecimento de uma nova plataforma de investimento do BRICS, que usará a infraestrutura institucional existente do Novo Banco de Desenvolvimento para impulsionar os fluxos de investimento para os países do BRICS e países do Sul Global.
A reforma da atual arquitetura financeira internacional foi solicitada, para que ela possa "atender aos desafios financeiros globais" e se tornar mais inclusiva e justa.
Os países membros também apoiaram a proposta da Rússia sobre a criação de uma bolsa de grãos do BRICS, acrescentando que a plataforma de negociação poderia ser expandida posteriormente para incluir outros setores agrícolas.