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Detector de energia escura da China recebe estatuto de pioneiro do Observatório SKA

Fonte: Diário do Povo Online    23.10.2024 10h10

Matriz do Experimento Tianlai da China, um projeto que visa testar tecnologias-chave para detetar energia escura, no Condado Autônomo Kazak de Barkol, na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, noroeste da China.

O Experimento Tianlai da China, um projeto científico que visa detectar energia escura usando uma matriz de radiotelescópio, recebeu oficialmente o estatuto de "pioneiro" pelo Observatório Square Kilometre Array (SKA), de acordo com os Observatórios Astronômicos Nacionais (NAOC) da Academia Chinesa de Ciências.

SKA é uma matriz gigante de radiotelescópios de última geração que está em construção. Uma vez concluída, será a maior matriz de radiotelescópios do mundo. A China, África do Sul, Reino Unido, Austrália e seis outras nações compõem a filiação oficial do projeto.

Instalações envolvidas em estudos científicos e tecnológicos relacionados à SKA são chamadas de SKA 'pathfinders' (pioneiras). Vários radiotelescópios ao redor do mundo foram certificados como SKA pathfinders, disse Chen Xuelei, cientista chefe do experimento e pesquisador do NAOC, que opera o projeto.

As últimas descobertas desses pathfinders podem fornecer novas oportunidades de exploração científica para o SKA, e suas tecnologias relacionadas podem ser aplicadas à construção do SKA e futuros radiotelescópios, disse Chen.

Localizado no Condado Autônomo Cazaque de Barkol, na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, no noroeste da China, o Experimento Tianlai consiste em dois conjuntos: o conjunto de cilindros Tianlai, que tem três refletores adjacentes, com um total de 96 receptores, e o conjunto de pratos Tianlai, que consiste em 16 pratos, cada um com seis metros de diâmetro.

O projeto visa testar tecnologias-chave para detetar energia escura, que se acredita constituir cerca de 70 por cento do cosmos e impulsionar a aceleração de sua expansão.

A energia escura não pode ser detetada diretamente, mas sua abundância e propriedades podem ser analisadas observando como a taxa de expansão do universo muda ao longo do tempo. O "som" do Big Bang deixou uma marca na distribuição de matéria no universo primitivo que agora cresceu em estruturas de grande escala. Ao estudar a distribuição de matéria em grande escala, os astrônomos podem derivar essas "oscilações acústicas bariônicas" e determinar a taxa de expansão cósmica ao longo do tempo.

Tianlai, que significa literalmente "sons celestiais", visa detetar essas oscilações acústicas. Ele buscará os sinais de 21 centímetros emitidos por átomos de hidrogênio, sendo o hidrogênio o elemento mais abundante no universo. À medida que o universo se expande, esses sinais de 21 centímetros mudam gradualmente para comprimentos de onda maiores em um processo conhecido como "desvio para o vermelho".

O Experimento Tianlai irá abranger uma gama de comprimentos de onda de rádio -- cobrindo também sinais de desvio para o vermelho -- gerando um mapa da distribuição tridimensional da matéria no universo, disse Chen.

A equipe de pesquisa Tianlai é composta por acadêmicos e estudantes de pós-graduação do NAOC e de outras universidades chinesas, bem como especialistas e acadêmicos de instituições de pesquisa estrangeiras.

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